quinta-feira, março 28, 2024
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Cartas do papa Francisco abriram caminho para acordo entre EUA e Cuba

Pontífice pediu a Barack Obama e Raúl Castro que ‘resolvessem questões humanitárias de interesse comum’ e ofereceu o Vaticano para encontro

As negociações que resultaram na reaproximação de Estados Unidos e Cuba tiveram uma contribuição valiosa do papa Francisco. Em seus discursos simultâneos nesta quarta-feira, o presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro fizeram questão de agradecer ao pontífice por sua intermediação.

“Em particular, eu quero agradecer a sua santidade o papa Francisco, cujo exemplo moral nos mostra a importância de buscar um mundo como ele deveria ser, em vez de simplesmente se conformar com o mundo como ele é”, disse Obama em seu pronunciamento.

As conversas, que se prolongaram por dezoito meses, tiveram um momento crucial em meados deste ano, quando o papa enviou cartas a Obama e Castro fazendo um chamado para que os dois lados “resolvessem questões humanitárias de interesse comum, incluindo a situação de alguns prisioneiros, para dar início a uma nova fase nas relações”. O Vaticano também recebeu delegações dos dois países para um encontro mediado pelo cardeal Pietro Paroli, secretário de Estado.

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Após os discursos de Obama e Raúl, a Santa Sé informou que o papa Francisco “ficou vivamente alegre” com o restabelecimento das relações. Acrescentou que o objetivo ao acolher as delegações para conversas em outubro foi “oferecer seus bons ofícios para favorecer um diálogo construtivo sobre temas delicados, de onde surgiram soluções satisfatórias para ambas as partes”. “A Santa Sé continuará apoiando as iniciativas que as duas nações vão empreender para favorecer o bem-estar de seus respectivos cidadãos”, concluiu o comunicado.

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De acordo com o The New York Times, o papel do papa nas negociações ajudou a “polir” a imagem do Vaticano como um “corretor” na diplomacia global. O jornal afirmou ainda que ação reforça a imagem de liderança de Francisco.

O restabelecimento de relações normais entre os dois países tem sido uma causa observada por vários papas, mas o tema ganhou mais importância depois que a Igreja Católica passou a ser liderada pela primeira vez por um papa de origem latino-americana.

O tema integrou a agenda da visita de Obama ao Vaticano em março deste ano, informou o jornal britânico The Guardian, lembrando que o secretário de Estado americano John Kerry encontrou seu homólogo no Vaticano no início desta semana. A narrativa oficial do Vaticano sobre o conteúdo das conversas, no entanto, foi de que elas ficaram concentradas nos esforços para fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba.

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Após mais de cinco décadas de enfrentamento, EUA e Cuba anunciaram em conjunto uma reaproximação. O anúncio ocorreu depois de o governo do presidente Barack Obama libertar três espiões cubanos que cumpriam pena no país desde 2001 em troca de um oficial de inteligência americano que estava há quase 20 anos preso em Cuba. Na barganha, também foi incluído de maneira não oficial o especialista em ajuda humanitária Alan Gross, que estava preso na ilha há cinco anos.

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