Duas horas depois da morte de Fidel Castro, o grafiteiro Danilo Maldonado, pichou “se foi” na parede do hotel Habana Libre e foi detido. Na prisão, ao pedir um remédio para conter uma crise de asma, ele foi segurado pelos oficiais e espancado. Só o rosto não foi atingido.
Sua mãe, Maria Victoria Machado González, de 55 anos, o visitou no domingo à noite depois de receber uma ligação de um companheiro de cela do seu filho, avisando que ele estava no cárcere de Guanabacoa. Ela surpreendeu os policiais, que permitiram o encontro. Depois, Maria Victoria perguntou qual era o número da causa, para que pudesse chamar um advogado, mas não teve resposta. “Meu filho sempre se manifestou contra o Estado e eles não entendem isso”, diz ela na sua casa no bairro de Arroyo Arenas, em Havana. El Sexto está sendo acusado de dano à propriedade.
Perto de sua casa, há vários grafites de El Sexto. Os que tinham conteúdo político foram apagados. Após sua última prisão, pessoas anônimas escreveram a frase “O cavalo já se foi. Agora falta a égua” em um ponto da parede onde El Sexto já tinha deixado uma mensagem.
Em Cuba, é comum escutar referências que colocam em xeque a virilidade do ditador Raúl Castro. Muitos o chamam de “La Loca” (a Louca, em espanhol).
Historiadora e filósofa, com mestrado em Ciência da Educação, Maria Victoria perdeu seu emprego estatal depois que El Sexto começou com seus grafites pela cidade. O lugar onde ela dava aulas de informática para militares, com um salário equivalente a 27 dólares, foi fechado.