terça-feira, abril 23, 2024
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Secretário de Segurança confessa que mandou devolver dinheiro de suposta propina para secretários

A denúncia do Fórum dos Servidores Públicos Civis e Militares da Paraíba, levada ao Ministério Público na manhã desta quinta-feira (26), dando conta de um suposto pagamento de propinas a secretários do governo do estado continua ganhando repercussão.

Em entrevista ao Jornal da Paraíba, o secretário de Segurança e Defesa Social, Claudio Lima, confirmou a apreensão de R$ 81 mil em 2011, durante uma operação policial realizada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), após receber a ligação de uma delegada que o indagou acerca do procedimento que deveria adotar para o caso. “Não lembro o nome, mas mandei que ela tomasse providências e que se não desse flagrante (prisão), fizesse a apreensão”, disse.

O secretário revelou também que recebeu uma ligação do advogado de Rodrigo Lima da Silva,  detido na operação, e no dia seguinte o Ministério Público foi acionado para que os valores fossem devolvidos. Mesmo com a repercussão do caso, ele afirmou que não entrou em contato com o Ministério Público para que as investigações fossem retomadas.

“Esperamos a manifestação do Ministério Público, que tem autonomia para isso”, disse Cláudio Lima. Questionado sobre os motivos que levaram a Delegacia Geral a não encaminhar as investigações para outra unidade específica, o secretário afirmou que não tem mais detalhes do processo, porque estava em viagem a Campina Grande.

“Os recursos apreendidos foram devolvidos por funcionários da Secretaria Executiva, porque o secretário entendeu que poderia apurar o caso sem a necessidade de reter os valores”, disse Cláudio Lima. O secretário ainda informou que na época não se interessou pelo caso. “Não houve arquivamento ou tentativa de abafar, até porque oito delegados participaram da oitiva, vários funcionários ficaram sabendo”, disse.

Responsável na época por conduzir a oitiva do suspeito detido, o delegado Állan Murilo Terruél se limitou a dizer que todo o trabalho desenvolvido pela equipe da DRE foi relatado no inquérito.

“Não vou me manifestar sobre isso. Eu trabalhei como técnico”, disse Terruél. Além dele, assinam o termo de declarações do suspeito os delegados: Daniella Vicuuna (gerente executiva de Polícia Civil Metropolitana), Ramirez de Almeida, Aldrovilli Grisi, Marcos Paulo Vilela, Dulcineia Costa, Cláudio Lameirão e Steferson Nogueira.

Por não caracterizar crime relacionado a entorpecentes, Terruél remeteu o caso para a delegada Daniella Vicuuna, que posteriormente enviou ofício ao delegado geral, Severiano Pedro. A intenção era que os crimes fossem investigados por uma delegacia específica, porém, Severiano remeteu o procedimento ao então secretário executivo da Seds, Raymundo José Araújo Silvany.

Ao receber os documentos, Silvany entendeu que poderia ter havido a criação de um factoide político e encaminhou o procedimento para o governo do Estado “analisar com visão política”. Ontem, em entrevista ao Jornal da Paraíba, Silvany afirmou que não lembra do caso. “Em dois anos eu assinei muitos documentos, não vou lembrar desse especificamente. Deixei a secretaria há algum tempo e não quero levar nada de lá”, disse Silvany, que em julho de 2011, determinou o arquivamento do procedimento.

O Gordinho

 

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