quinta-feira, abril 25, 2024
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Candidatos apresentam propostas, mas não fogem dos ataques e ofensas no último debate

O último debate promovido na televisão antes do segundo turno, que será realizado no próximo domingo (26), foi marcado por ataques, denúncias  e também por propostas. O programa teve três blocos, com os candidatos ao governo da Paraíba fazendo perguntas entre si e começou com Ricardo Coutinho (PSB), que indagou Cássio Cunha Lima (PSDB) sobre os projetos para a educação em tempo integral.

Cássio lembrou os projetos implementado por ele quando governador e falou de suas propostas. “Elevamos o ensino médio para 57 cidades, promovi a autonomia da UEPB, construímos a escola Mestre Sivuca e vamos implementar o bolsa trabalho, que será uma poupança para tocar um negócio ou financiar novas fases de estudo”, respondeu o tucano.

Ricardo rebateu afirmando que o projeto é a cópia do planejado quando Cássio era prefeito de Campina Grande. “É a mesma da poupança escola de Campina Grande dizendo que ia depositar e não depositou um centavo sequer. Eu saí de 13 para 579 escolas de ensino médio”, disse.

A resposta de Ricardo aqueceu o debate e Cássio continuou mostrando as propostas para a educação. “Você cita programas que não fiz. Tire a máscara e vamos falar a verdade. Vamos devolver a autonomia da UEPB, implementar o bolsa trabalho, vamos revisar o Plano de Cargos e Carreira dos professores e tratar aposentado melhor. Acabar com a perseguição que tem. Pode confiar, a educação vai melhorar”, continuou.

A pergunta mudou de lado e dessa vez foi o candidato Cássio Cunha Lima quem se dirigiu a Ricardo Coutinho perguntando sobre a falta de investimentos no combate às drogas.

“Na verdade assinei um programa nacional para cuidar de dependentes do crack. Esse programa avançou pouco, mas vai avançar agora com Dilma. Vamos fazer com que as três Fazendas da Esperança possam ter parceria conosco. Esse não é um problema só da Paraíba, é do Brasil”, respondeu o socialista voltando ao tema educação. “Você assinou a lei criando a lei do bolsa escola em 1999 e não depositou na conta de ninguém. Talvez se tivesse feito isso tivesse tirado jovens do mundo das drogas. Política tem que trabalhar. Ou trabalha ou a população dá as contas e vai embora”, concluiu.

Cássio retrucou, chamou Ricardo de oportunista e voltou às propostas. “Ele é oportunista, mas não vou cair no nível dele e vou apresentar propostas. A Paraíba lhe derrotou. Não fosse as alianças com pessoas que você atacava… Vamos criar centros de tratamentos de dependentes químicos e parcerias com as igrejas. Seu governo investiu menos de 125 mil no combate às drogas, menos de 125 mil em quatro anos”, respondeu.

E Ricardo rebateu. “Você está equivocado. O Proerde investiu quase 3 milhões. São 18 mil estudantes que passaram pelo Proerde, se tem alguém oportunista não sou eu. Passou três anos no governo e só rompeu faltando poucos meses para a campanha. Quem tem dez minutos de guia e não consegue passar uma obra durante quase sete anos que governou”, afirmou.

Agora foi a vez de Ricardo perguntar a Cássio e ele mirou na Cagepa. “Saneamos as finanças da Cagepa, estamos investindo na empresa, porque sabemos que isso é atribuição do estado. Porque o senhor defende a privatização da Cagepa?”, indagou o socialista.

Cássio respondeu negando que pense em privatizar a estatal. “Não coloque palavras na minha boca. Não basta criar números? Pare de mentir, nunca falei em privatização. O povo lhe rejeitou. Não fosse dois turnos você teria perdido. O povo conhece meu trabalho como o Boa Nova e vamos retomar, vamos investir em saneamento, pavimentação, drenagem e abastecimento com adutoras que construímos, muitas começadas no nosso governo e você ainda não terminou por incompetência e ineficiência. Não vamos privatizar. Você, de forma maldosa, quer fazer com que a Paraíba acredita nisso. A Paraíba lhe derrotou por essa postura”, falou.

Ricardo respondeu atacando. “Como a Paraíba me rejeitou? A tua raiva e teu ódio mostram isso. Até o Ibope disse isso. Mostram o teu desespero. O teu Boa Nova não tem um sistema de esgotamento funcionando. Você só enterrou tubos e canos. Tinha deputado que dizia que você era o governador tatu, você quer privatizar sim a Cagepa”.

O candidato tucano rebateu. “É lamentável. Ao invés de olhar para o futuro, ele tenta desqualificar indo para agressão e vai mais além e coloca na minha boca palavras que nunca disse. O que vamos fazer é investir na qualidade de vida das pessoas. Dobramos a coleta de esgoto e vamos voltar a investir em saneamento e vamos continuar as obras de adutoras que você, por incompetência, não terminou”.

A réplica e tréplica terminaram e Cássio voltou a perguntar a Ricardo. “Em 2010 você prometeu que não ia perseguir pessoas e demitiu mais de 30 mil substituindo por cabos eleitorais. Prometeu uma maternidade em cada município e disse que ia resolver em seis meses a violência”.

A resposta de Ricardo foi negando as afirmações de Cássio. “Não demiti. O único problema que tivemos foi em Campina Grande. E adivinha quem perseguiu? Mesmo eu pedindo para que se preservasse, mas você com sua ânsia e política, mexeu em pessoas lá. Você está mentindo perante a Paraíba. Não é possível fazer isso, o debate não evolui. Uma maternidade em cada município quem tem conhecimento técnico sabe que não é viável. Ampliei o número de hospitais, fizemos maternidade de alta complexidade em Patos, vou transformar a Frei Damião no hospital da mulher”.

E Cássio voltou ao assunto das demissões. “Tire a máscara. Pare de mentir. A Paraíba inteira está nos vendo. Estive no Lastro e faltando cinco dias para as eleições dez funcionários foram demitidos. Depois de 26 anos o professor Tico foi demitido. A Paraíba inteira sabe das perseguições. Vamos trazer transparência. A Paraíba perdeu espaço no ranking por ter uma política carcomida que persegue pessoas. Vamos corrigir esse atraso”.

Ricardo rebateu citando a saúde e a educação. “A Paraíba tem avançado na saúde, na educação, porque esse discurso de pele de lobo com pele de cordeiro. Ele faz isso para encobrir a sua ineficiência, porque não pode comparar sete anos com três e meio meus. Duas escolas técnicas funcionando e 5 para serem inauguradas. Dilma me garantiu mais 15. Você olha para traz, eu não, penso em construir o futuro”.

No segundo bloco os temas foram definidos em sorteio e Cássio Cunha Lima foi o candidato que começou perguntando sobre incentivo à industria. “Bahia, Pernambuco, Ceará têm crescido mais que o nosso estado pela presença do governo federal com Portos, Pólos petroquímicos. A Paraíba nunca recebeu atenção. Qual a indústria de grande porte você trouxe?”.

E a resposta de Ricardo foi: “trouxe 197 indústrias. Temos estaleiro programado ao mesmo tempo 6 bilhões em investimentos que estão chegando. A Paraíba cresceu 14,6% em ICMS. A economia, apesar do problema mundial, reage. Eu fico olhando você falar como se nunca tivesse ocupado nada. Você foi da Sudene e a Paraíba sabe o que aconteceu.  Foi prefeito, governador, teve todo mundo da família na esfera política. Temos a Cinep articulando, temos um novo clima de respeito às empresas, pólo industrial em Caaporã”.

E Cássio recomeça falando do nível do debate. “Ricardo não responde. Fiz pergunta de bom nível e ele volta a tentar desqualificar o debate. Não fale de honrabilidade com um irmão como você tem. No nosso governo não vamos fazer a Paraíba crescer a receita do ICMS com arrocho como ele faz. Vamos fazer o pólo de Itaporanga, vamos vocacionar Patos e vamos brigar para trazer grandes investimentos industriais”.

Ricardo pede respeito a Cássio. “Você me respeite. Quem tem sócio como Olavinho não pode dizer nada e você sabe o que estou dizendo. Neste governo tanto tenho respeito com o dinheiro do povo, que a Paraíba virou canteiro de obras. Como era no governo desse senhor? Quais obras existiam? Observem onde está esse dinheiro? Nas diárias? O tal de Boa Nova foram 230 milhões, estamos com 7 bilhões com a ajuda de Dilma e com recursos próprios”.

Depois foi a vez de Ricardo perguntar a Cássio e ele voltou a falar da Cagepa. “Você afirmou que tinha dobrado a cobertura de saneamento de 26% para 52%. Diga em que período que dobrou”.

E foi a vez de Cássio pedir respeito. “Eu que digo que você respeite a mim e a Paraíba. Queremos um governo que se reconcilie. A Paraíba está cansada de um verdadeiro oportunista. Governo eivado de críticas, de corrupção. Sumiu inquérito na Paraíba. Quero levar para o campo propositivo, investimentos que jamais foram feitos. No Bessa as pessoas sabem a transformação lá, por meio da Cagepa. Vamos manter os investimentos para expandir a rede coletora de egosto em Bayeux, Santa Rita onde seu governo não investiu nada em 6 anos de prefeito e 4 de governador e João Pessoa não expandiu nada, além do nosso governo”.

Ricardo diz que as afirmações de Cássio são inverdades. “É uma grande inverdade. Vejam bem, antes eram 150 mil, em janeiro de 2003, agora são 226 mil, 76 mil é o número de ligações a mais, 33,6 mil foi minha. Como você diz que dobrou, você passou três anos na secretaria de Recursos Hídricos e zerou em três anos. Não venha com agressões, vamos fazer debate das ideias”.

E Cássio lembrou do caso conhecido como “propinoduto” onde secretários foram acusados de supostamente receber propinas. “A questão do inquérito é grave e precisa ser tratada. Você disse que tinha mandado inquérito onde seu irmão e secretários estavam recebendo propina, mas o Ministério Público atestou que o inquérito não mandado para o Ministério. Foi atestado que houve prevaricação e isso é grave. Fazemos da Paraíba um estado honrado”.

Cássio voltou a perguntar sobre educação a Ricardo. “De todas as ações da educação,levamos  o ensino médio para todas as cidades, PCCR dos professores, ações com o Instituto Airton Sena, com dois anos de antecedência atingimos as metas do Ideb e o governo atual não fez isso. Porque promoveu retrocesso na autonomia da UEPB?”.

O socialista negou o retrocesso. “Não há retrocesso. Em abril de 2012 dizia que a lei de autonomia era incompatível, porque se fosse colocada em prática o orçamento da UEPB seria maior que o do estado. O senhor é camaleão, quer votos, mudou de opinião. O senhor investiu 518 milhões na UEPB e eu investi 925 milhões. Investi na formação continuada para professores, complementação salarial de quase 50 milhões, vamos fazer mestrado para professores, nomeação de reitor que era oposição a mim. Vamos falar sério, deixar de média”.

A resposta de Cássio veio em forma de pergunta. “Você que é professor, estudante, eu pergunto: o que foi afirmado aqui é a verdade? Hoje a UEPB está faltando papel. Há retrocesso onde sequer o diálogo existe. Eu vou devolver a real autonomia, no meu governo o orçamento aumentou em 250%. Levamos para cidades do interior. Quantas novas unidade você criou da UEPB?”.

Ricardo retrucou. “Não criei novas unidades porque não sou irresponsável. Eu planejo. Pegar uma universidade sem pensar que ia existir três turmas, sem dar chance da universidade se planejar. Respeito a universidade pública. Ela não te pertence e sim a população. Os dados entre o que você investiu e o que eu investi está no Sagre”.

Ricardo voltou a perguntar a Cássio, dessa vez sobre transposição do Rio São Francisco. “O senhor governou sete anos, o senhor pegou o início da transposição. Quero saber quais as medidas tomou para a Paraíba se preparar para receber as águas do São Francisco?”.

“Fiz um dos mais importantes projetos, mas você não tem generosidade de reconhecer que obra pública tem um processo. A maior obra hoje Canal Acauã-Araçagi nasceu no nosso governo. Garanti os recursos e você pegou a garapa de só executar a obra. Isso vale para estradas, adutoras, Centro de Convenções e se chegasse água o estado não poderia receber porque o seu governo não tomou providência para sanear as cidades ribeirinhas. Você pegou só o que já tínhamos deixado pronto e não fez nada para preparar nosso estado. A inoperância é sua”.

A réplica de Ricardo veio da seguinte forma: “Dois equívocos. Não foi o senhor quem fez o projeto, foi o Ministério da Integração. Você engavetou, foi Maranhão quem resgatou. Das 55 cidades das bacias, 20 já iniciaram as obras de saneamento, 11 já concluso e nove para iniciar e 18 conveniadas com os municípios, 17 aguardam recursos para o próximo ano”.

E Cássio retrucou. “Você cita números sem apresentar fontes, cria realidade que não existe e sabe que o que você disse não corresponde a realidade. Recebeu um governo saneado, equilibrado financeiramente e um estoque de projetos fantásticos, fruto do nosso trabalho que você nunca teve generosidade de reconhecer. Vamos fazer o saneamento dessas cidades para receber as águas da transposição”.

Nas considerações finais foi Cássio quem se despediu primeiro. “Agradecer a Deus por esse momento e a você paraibano, que no estado inteiro nos trouxe uma campanha com emoção e crença no futuro. Lamento que mais uma vez, ao invés de olhar para o futuro, o governador, temendo discutir os reais temas, olhe para trás. Vou olhar para o futuro apresentando propostas para transformar a realidade do nosso estado. Temos a chance histórica de trazer investimentos industriais. Na saúde vamos descentralizar o atendimento, fazer com que os hospitais de pequeno porte sejam reabertos, além de um mutirão de saúde com centrais de diagnóstico por imagem. Voltar a autonomia da UEPB e bolsa trabalho. Na segurança, polícia na rua, monitoramento por câmera. Na mobilidade um grande projeto para transformar a mobilidade de Cabedelo, Santa Rita, Bayeix e com transparência garantir ética, zelo e honestidade”.

Depois foi a vez de Ricardo se despedir do último debate antes do segundo turno. “A Paraíba conquistou 2,4 mil quilômetros de estradas, 10 novos hospitais, dignidade, respeito, um governo sério, que muitas vezes ficou sem aliados porque não aceitou fazer o jogo de depredação do erário público. Faria tudo de novo porque sei que é o certo. Coloquei meus pés nos quilombolas, na agricultura familiar, indígena. Olhar para as pequenas cidades. Tive essa coragem de cortar privilégios e que o governante na batida do pé o governante corria para fazer o que queria. Reafirmar meu compromisso, princípio com ética participação popular, desenvolvimento econômico”.

O Gordinho

 

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