A tão esperada plenária do Orçamento Democrático Estadual em Ingá, realizada sexta-feira (18), entrou para a história do município — não apenas pelos mais de R$ 70 milhões já investidos pelo governador João Azevêdo só em Ingá desde 2019, e os R$ 20 milhões anunciados para a região para 2026, mas também por um climão digno de novela política made in Ingá.
A chuva deu trégua, mas o tempo fechou de vez entre duas “madeiras nobres” da política local: de um lado, o ex-prefeito Robério, o Buriti — madeira resistente e insistente; do outro, Lucas Lenha, irmão do atual prefeito Jan, que não leva desaforo pra casa, tipo a expressão: “pau de dar em doido”.
A desavença, já temida nos bastidores desde os últimos embates eleitorais, ganhou palco ao vivo e em cores no distrito de Chã dos Pereiras, onde acontecia a recepção ao governador para a inauguração do asfalto, extensivo à Pontina. Robério, o Buriti, buscou fincar suas raizes no espaço do tablado oficial, mas foi barrado por Lucas, o Lenha, que — após bate-boca ao pé do ouvido e encontrões — tratou de arrancar “carinhosamente” a árvore indesejada para fora do canteiro das autoridades.
Daí em diante, foi o pega pra capar: empurra-empurra, dedo na cara e xingamento pra todo lado, envolvendo até a secretária adjunta de saúde do município — tudo sob o olhar pasmo do governador. “Calma, gente! Calma!”, teria dito João Azevêdo, enquanto a turma do “deixa disso” tentava conter os ânimos para apaziguar a floresta.
O governador, que só queria entregar obras e ouvir a população, acabou assistindo a mais um episódio da já tradicional série: Buriti x Lenha – Edição Especial: Plenária da Paz.
Depois da confusão, até Cipozinho — filho do lendário ex-vereador Cipó — tentou reacender o braseiro postando vídeos das câmeras de segurança nas redes sociais, mas foi logo podado da ideia para não botar mais lenha na fogueira.
O episódio também trouxe à memória uma confusão parecida, às vésperas das eleições de 2012, no bairro do Futebol, entre o então candidato Manoel da Lenha e o ex-prefeito Antônio Burity — que, à época, também terminou na delegacia.
E não deu outra: o caso atual foi parar na Delegacia de Itabaiana, onde Robério Burity registrou boletim de ocorrência.
Enquanto isso, a cidade só fala disso:
Quem começou? Quem empurrou? Quem ganhou no grito?
E, principalmente: ainda há futuro para um palanque que um dia foi unido, mas hoje só dá farpa?
Por ora, todos seguem aliados do governador.
Seja como for, uma coisa é certa: com tanto investimento chegando, torçamos para que Ingá continue crescendo — mesmo que suas madeiras precisem de uma boa camada de verniz de maturidade política para não se enfrentarem mais na base da marretada e perderem sua nobreza.
E você, o que acha? Alguém tem razão nesse puxaincói — ou todos estão errados?
Ingá Cidadão