Os cubanos terão, ao todo, nove dias de luto pela morte do ditador Fidel Castro. Mas, como tudo na ilha, o governo impôs as medidas sobre como fazê-lo e a população está obrigada a acatá-las. Está proibido ouvir música em volume alto. Os bares e restaurantes foram obrigados a cancelar apresentações de música ao vivo e até um concerto de Plácido Domingo foi cancelado.
Nas ruas, a proibição sonora é sustentada de duas formas. A primeira é com a polícia. No antes elegante e hoje decrépito bairro de Vedado, um policial chegou a obrigar um garoto a tirar os fones de ouvido. A segunda forma é por meio dos Comitês de Defesa da Revolução (CDRs), que se encarregam de espionar, dedar e punir os vizinhos.
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Os membros dos CDRs foram avisados de que devem tocar na casa de qualquer um ouvindo som alto e pedir para desligarem o barulho. Os CDRs também estão nas ruas para impedir que pessoas andem com bebida alcoólica na mão. Só se pode beber cerveja ou vinho dentro de casa (e em silêncio).
Os locais para turistas cancelaram os shows de música, mas seria impossível proibi-los de beber. Nenhum deles parece se contentar com um único mojito — algo que é aceito pelos cubanos. Nos prédios públicos, as bandeiras de Cuba estão hasteadas a meio-pau.
Cuba só tem cinco canais de televisão. Desde a morte de Fidel, todos transmitem a mesma programação em rede nacional. Todos os programas culturais e novelas (eles adoram as brasileiras) foram suspensos. A programação televisiva no domingo, 27, era uma repetição da de sábado e se constituía em uma quase eterna mesa-redonda em que convidados debatiam a importância do ditador falecido.
Nas rádios, as canções de reggaeton, ritmo malicioso amado pelos cubanos, foram suprimidas. Por nove dias, só se escutará música clássica. Todos os jornais estatais só estão sendo impressos em preto e branco. Assim, o Granmaperdeu sua característica cor laranja e o Juventud Rebelde, o azul. Tendo em vista que os cubanos usam o jornal como papel higiênico, dá para imaginar até onde vai a imposição do luto oficial.
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20/20Presidente cubano Fidel Castro e líder palestino, Yasser Arafat, se encontram na Conferência Mundial contra o Racismo, em 2001, na África do Sul (PPO/Getty Images)
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1/20Fidel Castro tenta atravessar um riacho em cima de seu cavalo em Sierra Maestra, leste de Cuba, onde avançava com seu exército na tentativa de depor o ditador Fulgencio Batista, em dezembro de 1958 (Consejo de Estado/AFP)
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2/20Fidel Castro (terceiro a dir.) ao lado de combatentes guerrilheiros, no ano de 1953 (Oficina de asuntos históricos del consejo de Estado/AFP)
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3/20Líder cubano Fidel Castro é fotografado por jornalistas durante uma visita à cidade de Nova York, em 1959 (Hulton Archive/Getty Images)
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4/20Foto de 1959 mostra Fidel Castro e Camilo Cienfuegos entrando em Cuba logo após a vitória contra as forças de Fulgencio Batista (Prensa Latina/AFP)
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5/20Fidel Castro lidera guerrilheiros que lutavam contra o ditador Fulgencio Batista, ao lado do argentino Ernesto Che Guevara e outros companheiros de guerrilha em 1957 (Archivo Bohemia/AFP)
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6/20Fidel Castro acende seu charuto ao lado do argentino Che Guevara (1928-1967) durante os primeiros dias de sua campanha de guerrilha nas montanhas Sierra Maestra em Cuba, por volta de 1956 (Hulton Archive/Getty Images)
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7/20Fidel Castro levanta a bandeira do Vietnã durante visita ao país enquanto ocorria a guerra do Vietnã contra os Estados Unidos, em 1973 (/AFP)
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8/20Fidel Castro em retrato feito logo após a derrubada do governo liderado pelo presidente Fulgencio Batista em 1959 (Lester Cole/Corbis/Getty Images)
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9/20Então primeiro-ministro de Cuba é fotografado por cidadão cubano durante inflamado discurso em 1965 (Keystone/Getty Images)
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10/20Fidel Castro relaxa em uma piscina durante uma visita à Romênia em maio de 1972 (Prensa Latina/Reuters)
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11/20Fidel Castro recebe convite para o Baile dos Fotojornalistas de Nova York, durante visita aos Estados Unidos em 1959 (Hulton Archive/Getty Images)
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12/20O então o primeiro-ministro cubano Fidel Castro joga beisebol em Havana em agosto de 1964 (Prensa Latina/Reuters)
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13/20Então primeiro-ministro de Cuba, Fidel Castro, insiste em dar a primeira tacada na abertura do torneio de beisebol em Havana (Keystone/Getty Images)
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14/20Fidel Castro fotografa um campo, enquanto o então premiê russo, Nikita Khrushchev, o observa, em 1963 (Central Press/Getty Images)
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15/20Fidel Castro veste roupas típicas de Katowice, durante visita à Polônia em 1972 (Prensa Latina/AFP)
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16/20Fidel Castro comemora seu aniversário de 63 anos com sua família e um grupo de construtores civis, em Havana, no ano de 1989 (/AFP)
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17/20Fidel Castro e Hugo Chávez brincam durante uma sessão de rebatidas, durante amistoso de beisebol entre Cuba e Venezuela em outubro do ano 2000 (Andrew Winning/Reuters)
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18/20Nelson Mandela recebe Fidel Castro com um caloroso abraço durante décima segunda convenção dos Não-Alinhados, em Durban, na África do Sul, em 1998. A convenção reúne mais de 100 países que buscam um caminho independente das relações internacionais (Odd Andersen/AFP)
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19/20Fidel Castro e Vladimir Putin se encontram durante uma visita do russo, no Palácio da Revolução, no ano de 2000 (Jorge Reys/Newsmaker/AFP)
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20/20Presidente cubano Fidel Castro e líder palestino, Yasser Arafat, se encontram na Conferência Mundial contra o Racismo, em 2001, na África do Sul (PPO/Getty Images)
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1/20Fidel Castro tenta atravessar um riacho em cima de seu cavalo em Sierra Maestra, leste de Cuba, onde avançava com seu exército na tentativa de depor o ditador Fulgencio Batista, em dezembro de 1958 (Consejo de Estado/AFP)
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