sexta-feira, abril 26, 2024
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Ingá: Lula abandona candidaturas do PMDB e se alia a Burity em apoio a Ricardo Coutinho

União entre adversários históricos já visa 2016. Veja a evolução do acordo

 

Foi selada nesta quinta-feira, 31, a união entre adversários históricos da política ingaense. Os ex-prefeitos Lula e Burity, ambos derrotados nas eleições municipais de 2012 pelo atual prefeito Manoel da Lenha.

A costura deste acordo já vinha sendo articulada desde a conclusão das convenções partidárias estaduais que homologaram as candidaturas ao governo e proporcional, pelo Deputado Estadual Tião Gomes, candidato a reeleição pelo PSL.

A EVOLUÇÃO DO NAMORO
O ex-prefeito Lula já havia declarado apoio a chapa que tinha Veneziano ao governo, Nilda Goundim para federal e Tião para estadual. Porém, novos fatos da política paraibana evoluíram com a desistência de Vené e a briga com o PT de Cartaxo, circunstâncias estas que visivelmente enfraqueceu as pretensões do PMDB estadual. Desta forma, o ex-prefeito Lula enfrentava uma realidade de tendência a ficar isolado politicamente, uma vez que partidos e lideranças importantes que o apoiaram na última eleição não iriam acompanhá-lo e articulam apoios a outros candidatos, tais como, sua vice, a ex-vereadora Daniela, os vereadores Vinicius Bacalhau (PSL), Alex (SDD), Marcelo Aragão (PMDB) e Jailton do Sindicato (PSL), além de seu próprio irmão, Júnior de Zé Grande, presidente do PMDB, que lidera outro grupo ao lado do conselheiro Evandro, bem como o PT municipal.

Percebendo este isolamento, a velha raposa Burity, que sabe mexer bem nas peças do xadrez político, passou a cortejar a aproximação com Lula, aproveitando um clima que já vinha desde o final da campanha passada, quando seus cabos eleitorais e fiscais praticamente já estavam de mãos dadas.

A BÓIA DE SALVAÇÃO
Diante das circunstâncias, momentaneamente ganham os dois. Lula que tenta se livrar de um isolamento político e Burity que conta hoje com uma fraca base de apoio político, além de se livrar de um processo de calúnia e difamação que respondia na justiça movido por Lula, em razão de Burity ter insinuado que Lula havia desviado recursos da prefeitura em um programa de rádio local. O processo foi sentenciado e arquivado no dia 24 deste mês por prescrição, onde o autor, Lula, não se mostrou interessado em dar continuidade na ação, criando assim as condições amigáveis para a realização do acordo político atual.

Observando o curso do “rio” eleitoral, dá uma nítida impressão que esta união seria como uma “bóia” de salvação para os dois, já que as principais lideranças políticas do município estão deles afastadas. A jogada poderá ter sucesso em caso de vitória de Ricardo Coutinho, onde terão as nomeações dos cargos em nível estadual a seu dispor, e obviamente, devem fazer parte do acordo. Porém, tudo poderá ir de água abaixo em caso de vitória de Cássio Cunha Lima apoiado pelo prefeito Manoel da Lenha e seu grupo.

MIRANDO EM 2016

Burity inteligentemente acena à Lula com um possível apoio nas eleições municipais de 2016, sabendo no entanto, que Lula enfrentará problemas na justiça e corre o risco de ficar inelegível. No jogo político não tem ninguém inocente e todos têm “segundas intenções”.

FARINHA DO MESMO SACO
O saudoso ex-governador Brizola em uma situação de apoio a Lula no segundo turno contra Collor à época das eleições presidenciais, afirmou que “política é arte de engolir sapo”, e na ocasião, um sapo barbudo. Trazendo para a realidade de Ingá, podemos afirmar que política é arte de engolir farinha do mesmo saco.
Esta analogia se justifica em razão de que na campanha de 2012, numa tentativa de colar no candidato do PSD, Manoel da Lenha, a alta rejeição de Lula mostrada nas pesquisas internas, Burity afirmava aos quatro cantos e tocava uma música insistentemente em seus carros de som diariamente pela cidade, que Lula e Manoel eram farinha do mesmo saco. Pelo jeito, Burity agora provou da farinha e viu que não era tão ruim assim, aceitando misturar no seu próprio saco.

Portanto, fica a lição relatada pelo vice-governador Rômulo Gouvêia em discurso recentemente, citando José Américo de Almeida: “Nunca critique tanto a ponto de um dia não poder elogiar, nem elogie tanto que um dia não possa criticar”.

POUCA FARINHA, MEU PIRÃO PRIMEIRO

O acordo fechado prevê apoio às candidaturas de Tião Gomes (PSL) para deputado estadual e Roberto Burity (PSB) para deputado federal, estendendo o apoio à reeleição do governador Ricardo Coutinho.
Lula ainda falta definir seu apoio ao senado, que provavelmente será ao candidato do PMDB, José Maranhão. Tião e Roberto percebendo uma tendência de pouca farinha eleitoral para bater o seu pirão de votos, formam uma dobradinha no sentido de dar mais sustança eleitoral na tentativa de disputar com chances de vitória ao legislativo.

Resta saber se o povo irá assimilar e compreender essa união. Isso, só as urnas dirão em 5 de outubro.

Da redação IC

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