quinta-feira, dezembro 26, 2024
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PCC está ligado à principal máfia italiana, aponta investigação internacional

Uma investigação internacional identificou que o PCC (Primeiro Comando da Capital) está ligado à principal máfia italiana, a ‘Ndrangheta. De acordo com o portal de notícias UOL, as duas organizações criminosas negociam diretamente a exportação da maior parte da cocaína que sai da América do Sul com destino à Europa. As apurações envolveram forças policiais de quatro países da Europa e durou cerca de dois anos.

No início deste mês, cerca de noventa suspeitos foram presos na Itália. Segundo as apurações, o até então principal líder da máfia italiana, que agia na região sul do país, chegou a viajar para o Brasil duas vezes no início de 2017.

Interceptações telefônicas feitas pela polícia italiana apontam que Domenico Pelle, de 26 anos, viajou para São Paulo para negociar com os fornecedores de drogas com a ajuda de Gianni, também conhecido como Killer. A Polícia ainda não sabe seu nome verdadeiro, mas já descobriu que ele se apresenta como empresário e que teria uma loja de toalhas de fachada na capital paulista.

Pelle chegou no aeroporto de Guarulhos com passaporte falso. Ele também usou um telefone criptografado, com outro microfone instalado, sem câmera, nem GPS. Por conta disso, a polícia italiana não pode ouvir as conversas do mafioso com os criminosos brasileiros.

Um mês depois, em fevereiro, Pelle voltou a São Paulo novamente com o auxílio de Gianni. Desta vez, para levar, pessoalmente, uma segunda parte de um pagamento aos fornecedores de drogas do Brasil. Foram pagos cerca de US$ 50 mil (R$ 195 mil) pela carga de cocaína remetida à Europa. A fim de levar os dólares para o Brasil, Pelle foi até um homem na região de Calabria, no sul da Itália, para trocar 40 mil euros pela moeda americana em uma espécie de “casa de câmbio informal” utilizada pelos mafiosos.

Existe também a suspeita de que o principal nome da máfia italiana em liberdade esteja morando em São Paulo e que seja o “correspondente” da ‘Ndrangheta na América do Sul. Nicola Assisi estaria vivendo no Brasil, com um passaporte falso, dizendo ser o argentino Javier Varela, e teria uma empresa em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.

Atualmente, segundo a polícia italiana, ele atua como traficante de cocaína para a máfia junto com o filho, Patrick. Eles têm como principal negócio a compra de drogas do PCC e dos carteis colombianos e atuam como uma espécie de “correspondente” na ‘Ndrangueta na América do Sul.

Investigação da Polícia Federal

A ligação entre as duas organizações criminosas já está na mira da Polícia Federal (PF), de acordo com o UOL. Uma operação foi deflagrada em julho e apreendeu drogas em portos do país avaliadas em R$ 1 bilhão. Os criminosos estavam mandando droga para a Europa por meio de contêineres.

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