MINHA MÃE, MEUS IRMÃOS SÃO OS QUE FAZEM A VONTADE DE
DEUS!
X DOMINGO DO TEMPO COMUM 10/06/2012
Leia: Evangelho Mc 3, 20-35
Quando a gente está muito ocupado, costuma-se dizer que não se tem tempo nem para comer. Esse evangelho deste domingo começa constatando exatamente isso, pois Jesus e seus discípulos chegaram à casa de alguém onde pretendiam tomar uma refeição, mas um grande número de pessoas foram ali à sua procura e Jesus teve que lhes dar atenção (Mc 3,20-21). Não ter mais tempo para si, para os seus parentes parece sentimentos de loucura. É precisamente o que eles, os parentes de Jesus, pensam: “Ele está fora de si”. Amar as pessoas e preocupar-se com elas; doar-se aos serviços da comunidade para servir a Deus e aos irmãos, nos nossos tempos, também soa como uma loucura, pois vivemos no mundo onde tempo é dinheiro e perder tempo com coisas que não dão nenhum retorno, é realmente coisa de louco. É o pensamento de muitos.
Pior que esses parentes de Jesus, que não entendiam a sua missão, eram os escribas que atribuíam as suas ações libertadoras e curas prodigiosas a Belzebu, o príncipe dos demônios, acusando Jesus de fazer o Bem, através da força do mal, o que era uma grande incoerência, pois Bem e Mal são duas realidades, que jamais podem agir em conjunto porque, se as obras de Jesus eram muito boas, curava e libertava as pessoas, elas jamais poderiam provir do mal.
Em nossa sociedade também sofremos desse mal, porém no sentido contrário, querendo atribuir ao Bem algo que provém do mal, inclusive alguns cristãos pensam assim: a pena de morte, o aborto, o divórcio etc, são como coisas do Bem, e já há pessoas que os defendem veementemente e muitas vezes são tidas como “defensoras” dos pobres, da família, dos velhos e das crianças. Quando isso acontece e essa mentalidade começa a dominar a muitos, é porque se está cometendo o temível pecado contra o Espírito Santo, que Jesus afirma não ter perdão. E que pecado terrível será este? Exatamente o mesmo que os Escribas cometiam: o de não acreditar e não aceitar a Graça que Jesus nos trouxe, em uma recusa contra a Ação Divina, libertadora e salvadora nele presente, e colocada a favor das pessoas. Quem comete esse pecado está colocando todas as suas forças na Força do Mal presente no mundo, por crer no seu íntimo, que esta é mais poderosa que o Bem supremo oferecido por Jesus.
O Mal já foi derrotado por Jesus, mas o homem ainda não se apercebeu disso, o Reino está presente na vida da humanidade, não de maneira ostensiva como a Força do mal, mas como semente em desenvolvimento e que requer cuidado e atenção para crescer e poder ser a maior de “todas hortaliças”, contudo o homem imediatista, isto é, o que acredita no que dá vantagem rápida e momentânea, por isso prefere acreditar no Mal e deixa de investir e acreditar no Bem supremo e permanente.
A partir de uma referência à sua família carnal, Jesus define quem são os Dele: “Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos? Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3, 32-35). É a união em torno da prática da vontade de Jesus, que cria os novos laços familiares no Novo Reino. Viver o amor, o serviço, a partilha, a misericórdia, e ser solidário com os mais necessitados é inserir-se na família de Jesus, certo da comunhão de vida permanente e eterna com Jesus tendo como certeza que está no caminho certo.
A todos vocês desejo um bom fim de semana e uma boa participação
na Santa Missa, a Santa Eucaristia propriamente dita.
Pe José D. de Macedo