O surto de coceiras em municípios do Grande Recife ainda segue sem um diagnóstico. As secretarias de Saúde e os profissionais da área trabalham com várias linhas de investigação. Uma delas é que seja escabiose (conhecida popularmente por sarna) resistente à medicação Ivermectina – que é utilizada no tratamento dessa doença. Essa resistência estaria ligada ao abuso do medicamento no Brasil nessa pandemia.
Em conversa com o ClickPB, o médico infectologista e diretor do Hospital Clementino Fraga, Fernando Chagas, comentou que ainda não há um diagnóstico desse problema em Pernambuco. “Há algumas linhas de raciocínio, mas não existe um diagnóstico fechado porque é difícil. Tem que se ter raspado a lesão e uma pesquisa desse material, que às vezes precisa achar se tem microrganismos e se tiver testar medicação nele”, contou.
No entanto, o médico especialista revelou que uma das linhas de investigação é a da escabiose resistente à medicação. “Porque uma das linhas fortes é de que seja, que a gente chama grosseiramente de sarna, que é a escabiose resistente a Ivermectina. Seria algo, infelizmente, secundário ao abuso dessa medicação no País inteiro”, ressaltou.
Apesar de ninguém ter sido internado em Pernambuco por conta das coceiras, Fernando Chagas destacou a importância do alerta que foi feito no estado vizinho, mas também na Paraíba que já comunicou para os profissionais da área notificarem casos suspeitos. “O alerta é que se for escabiose vai espalhar para a população. Imagina uma coceira intensa com difícil tratamento já que o grande tratamento seria a Ivermectina”, revelou.
Além disso, o médico comentou sobre as precauções que a população deve tomar como evitar o compartilhamento de objetos pessoais como toalhas e hidratar a pele. Se não tiver o produto, procurar as unidades de saúde e obter algum produto para diminuir as coceiras.
Ivermectina
É importante destacar que durante a pandemia de Covid-19 houve o uso indiscriminado da Ivermectina como medicamento precoce para o coronavírus. No entanto, várias autoridades sanitárias alertaram que o medicamento não prevenia a Covid-19 e que não existia tratamento precoce, mas medidas preventivas como uso de máscaras, distanciamento social e vacinação.
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