Uma mulher com deficiência física denunciou ao ClickPB ter sido vítima de agressões verbais nesta quarta-feira (1º) em um estacionamento, enquanto tentava realizar compras com o marido em um atacarejo localizado nas proximidades da Avenida Tancredo Neves, entre João Pessoa e Cabedelo.
Jaci Guimarães explicou à reportagem que ela e seu marido pararam em uma vaga reservada para pessoas com deficiência, no estacionamento do ‘Novo Atacarejo’, porém ao tentar sair do local foi impedida por um motociclista que estacionou em parte da vaga.
“Eu parei na vaga de pessoa com deficiencia e essa moto parou na vaga de deficiência, naquele espaçinho zebrado que é para a pessoa com deficiencia, que usa a cadeira de rodas, ela poder ter o direito de ir e vir”, explicou a cadeirante.
” Ele violou (até) mesmo essa lei, de ir e vir. Porque não tinha como eu sair com a cadeira de rodas”, desabafou ao ClickPB.
De acordo com Jaci, ao tentar dialogo com o motociclista, ela recebeu xingamentos por parte do mesmo e que a justiça só valeria “para ricos”.
“Quando o rapaz que fez isso, que estacionou no local errado foi indagado, ele falou que ‘lei não existe, apenas para pessoas ricas’, fora o quanto ele me xingou com palavras de baixissímos calão e também gestos”, afirmou a cadeirante.
“Muita covardia, um moleque, porque um indivíduo desse acompanhado ou desscompanhado, agir dessa forma com uma pessoa com deficiência sozinha. Pois como ele impediu a minha saída do carro, o meu marido entrou no mercado e comprou o que era necessário sem a minha presença. E como é um estacionamento privado, a Semob não pode agir, quem teria que agir era o próprio supermercado, o qual não fiscaliza a vaga das pessoas com deficiência”, desabafou.
Boletim de ocorrência
Segundo Guimarães, após o ocorrido ela foi realizar um boletim de ocorrência, porém ao chegar na delegacia da mulher teria ocorrido uma recusa.
“Quando eu fui na delegacia, eles desconhecem totalmente o crime contra as pessoas com deficiência que é garantida pela LDI, que foi promulgada em 2015, que violência contra a pessoa com deficiência, mesmo sendo psicológica, no caso verbal, seja física, ou qualquer outro tipo de violência, isso é um crime que pode ir de ttês anos de reclusão mais multa”, disse.
“Eu acho que a Paraíba não está preparada para reecber pessoas com deficiência, porque a própria delegacia desconhece a lei”, desabafou.
Após a situação, ela detalhou que se deslocou para a Central de Polícia, no bairro do Geisel, onde fez um boletim.
Não se calar
À reportagem, a mulher pontuou que “a pessoa com deficiência já sofre vários tipos de exclusões, de discriminações, já sofrem com parte de arquitetura e tudo mais, mobilidade” e que é preciso não se calar diante de tais situações, ainda mais quando envolvem agressões.
“A pessoa com deficiência já sofre vários tipos de exclusões, de descriminações, já sofrem com parte de arquitetura e tudo mais, mobilidade… e ainda vai sofrer com violência? E se cada um se calar com fatos que acontessem, fica cada vez maior o número, como se fosse normal uma covardia desse tamanho. Agredir uma pessoa com deficiência porque sabe que não tem quem vá fazer alguma coisa contra”, finalizou.
O ClickPB disponibiliza o e-mail [email protected] caso os citados desejem se pronunciar sobre a situação.
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