segunda-feira, novembro 25, 2024
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Caso Ana Sophia: mesmo sem encontrar o corpo da menina, polícia conclui inquérito

A Polícia Civil da Paraíba encerrou, nessa quinta-feira (2), o inquérito sobre o desaparecimento de Ana Sophia, de 8 anos, ocorrido em julho de 2023 no distrito de Roma, município de Bananeiras.

As investigações concluíram que Tiago Fontes foi responsável pelo homicídio da menina e pela ocultação do corpo, tendo cometido suicídio dois meses após o crime.

Ana Sophia desapareceu no dia 4 de julho, por volta das 12h, após pedir permissão à mãe para visitar a casa de uma colega. Imagens de câmeras de segurança capturaram a menina entrando na residência de Tiago Fontes, onde foi vista pela última vez.

O inquérito, baseado em análises de vestígios digitais e imagens de câmeras de vigilância, indicou que Tiago Fontes planejou o crime. Pesquisas encontradas em seu celular, que foi descoberto junto ao corpo do investigado em novembro, contribuíram para esta conclusão.

O documento final das investigações foi enviado para a Justiça, conforme comunicado da polícia. Apesar dos esforços, o corpo de Ana Sophia não foi encontrado até a conclusão do inquérito.

Relembre o caso

Ana Sophia desapareceu em 4 de julho, na cidade de Bananeiras, na Paraíba, após sair para brincar na casa de uma amiga. Imagens de segurança mostram seu trajeto de volta, passando por um mercadinho e entrando na casa de Tiago Fontes, marido da vice-diretora da escola onde ela estudava.

Tiago, principal suspeito, desapareceu antes de prestar depoimento oficial no dia 11 de setembro, indicando possível envolvimento. A polícia realizou buscas na casa da professora, e houve um estouro controlado de um açude para investigar se Ana Sophia teria se afogado.

A polícia encontrou livros sobre serial killers na casa de Tiago no dia 14 de setembro. A vice-diretora da escola foi afastada, e Tiago teve prisão temporária decretada no dia 21 do mesmo mês.

No dia 10 de novembro, um corpo em decomposição foi encontrado, confirmado como sendo de Tiago. Em uma coletiva de imprensa no dia 14 de novembro,  a polícia descreveu o possível horário da morte de Ana Sophia e encontrou pesquisas de Tiago sobre decomposição e crimes semelhantes.

Tiago Fontes é acusado no caso Ana Sophia (Foto: Reprodução)

“Tiago ficou à beira de confessar o crime, a um passo de confessar onde estava Ana Sophia. Por três vezes, ele disse a mim que tinha acabado com a vida dele e que iria falar. Mas em dado momento, ele abaixava a cabeça e dizia: “Eu não tenho o corpo”. Aquilo, para mim, representava que ele tinha ocultado o corpo de uma forma extremamente segura. E que sabia que, se não fosse por meio dele, a gente não acharia o corpo”

Tiago havia pesquisado sobre decomposição do corpo

Foi encontrado no celular de Tiago, pesquisas sobre decomposição do corpo após a morte e quais eram os estágios da decomposição.

“Após 16 horas do desaparecimento de Ana Sophia, no dia 5 de julho, às 04h da manhã, Tiago já estava pesquisando sobre os estágios da decomposição do corpo, ainda no trabalho. Isso, acreditamos que ele ainda estava com a custódia do corpo”.

“Durante este tempo entre 5h às 7h, Tiago estava procurando sobre decomposição do corpo humano usando derivações. Já às 7h37, Tiago procurou imagens de como seria cada estágio de decomposição e de como ficaria o corpo”.

“No dia 06 de julho, dois dias após o desaparecimento de Ana Sophia, ele pesquisou o caso da menina Julia, que foi encontrado na praia do sol, onde foi estuprada e morta pelo padrasto”.

No dia 03 de agosto, dia que coincidindo com o dia da perícia na casa do Tiago, ele pesquisou sobre putrefação do corpo e quanto tempo um fio de cabelo perde a capacidade de
armazenar o DNA”.

Foi encontrado também pesquisas a respeito da vida pessoal de todos os investigadores sobre o caso de Ana Sophia, incluindo a vida pessoal do delegado Aldrovilli Grisi, responsável pelo caso.

“Tiago era inteligente e ardiloso. Ele se antecipava aos fatos que avançariam com as investigações. A limpeza que ele fez na garagem era forma de prevenção para evitar que a polícia tivesse uma possível uma localização”.

Portal Correio

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