segunda-feira, julho 7, 2025
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Reviravolta: Rômulo Gouveia anuncia rompimento com Ricardo Coutinho e apoio a Cássio

Uma reviravolta na política paraibana aconteceu na manhã desta sexta-feira (26). O vice-governador Rômulo Gouveia (PSD) convocou uma entrevista coletiva onde fez o seguinte anúncio: vai seguir com o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) nas eleições deste ano. Rômulo fez o anúncio ao lado de Ronaldo Cunha Lima Filho e confirmou que vai ser candidato a deputado federal.

Durante toda a semana Rômulo assistiu, em silêncio, o governador Ricardo Coutinho (PSB) ‘rifá-lo’ da chapa majoritária e hoje ele rompeu esse silêncio e revelou os bastidores do que aconteceu para que ele chegasse a tomar a decisão de ficar com Cássio, de quem ele sempre foi parceiro.

“O PSD muda de trincheira para não mudar de valores e princípios. O PSD apoiará, na plenitude de suas forças e na inteireza de seus esforços, a candidatura de Cássio Cunha Lima. Apoiar, a essa altura, a reeleição do governador é avalizar o desrespeito, a quebra de palavra e compromissos e compactuar com práticas administrativas que o próprio governador e eu condenamos durante os três anos de administração. O PSD não acredita em ética de circunstância nem em moralidade de conveniência”, disse Rômulo.

O vice-governador acrescentou que há práticas no governo as quais ele não pode aceitar. “Nos três anos de governo combati a prática da nomeação. O que Ricardo faz hoje é por pura conveniência. São práticas que Ricardo não usava e que eu não comungo com esse expediente. As pessoas não podem mudar por conveniência”, falou.

Demonstrando mágoas, Rômulo Gouveia também falou sobre a aliança firmada entre Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo. “Ricardo tem histórico de deixar o PT à deriva. Ele fez todo tipo de aliança para ser prefeito. Eu sou uma das vítimas da política de Ricardo. Comecei na perceber que não ia ser candidato no dia do meu aniversário. Ao invés de receber rosas eu recebi espinhos. A minha candidatura só foi útil até a chegada do PT”, acrescentou.

Ao contrário do que o governador Ricardo Coutinho afirmou, Rômulo negou que tenha sido comunicado da aliança com Cartaxo. “Eu fui usado. Ricardo não me comunicou nada sobre eu não ser candidato a senador. Recebi essa informação de Ivan Burity (secretário). Ricardo ainda tentou me procurar depois de tudo isso, mas não tinha mais volta”, revelou.

Rômulo havia anunciado que seria candidato ao Senado Federal, mas acabou sendo ‘rifado’ pelo governador Ricardo Coutinho, que se aliou aos seus principais opositores durante todo o seu governo, o PT. Com a decisão de Ricardo, Rômulo ficou sem espaço na chapa majoritária e teve que recuar de sua candidatura.

CARTA AOS PARAIBANOS

A Paraíba acompanhou, em todos os passos e detalhes, o acordo partidário do PSB e do governador Ricardo Coutinho, que garantiu ao PSD a vaga de candidato ao Senado em sua chapa para a eleição de outubro. A reivindicação de um espaço majoritário na chapa governista era decisão partidária, mais que projeto pessoal, com vistas a garantir ao PSD presença expressiva no Congresso Nacional.

O acordo foi reiterado seguidas vezes, e de público, por instâncias partidárias e pelo próprio governador, que mais de uma vez repetiu para diferentes auditórios a garantia de nossa candidatura ao Senado. Nos meios de comunicação, em sucessivas oportunidades, o governador nos tratou como “nosso senador”, assegurando, ainda mais, que o PSD escolheria o posto a ocupar na chapa majoritária. Nenhum acordo, nenhuma negociação se faria sem nosso conhecimento e aprovação.

Nas últimas semanas, no entanto, o acordo partidário vem sendo sistematicamente descumprido pelo governador e pelo partido dele. O que apenas se conhecia pela Imprensa se concretizou, com um surpreendente loteamento dos cargos majoritários, alguns já assumidos, outros sabidamente já negociados.

O PSD em momento algum foi consultado sobre tais articulações. Em momento algum, abrimos mão de nossa candidatura ao Senado, até porque se tratava de um projeto partidário e não de um capricho pessoal. Jamais renunciamos. O que houve, na verdade, foi um brutal alijamento e exclusão do processo de composições partidárias, com o descumprimento inexplicável de acordos privados, de compromissos públicos, de palavra empenhada e de parcerias estabelecidas. Ontem nos enganaram. Hoje nos mentem. Sempre nos desrespeitaram.

O PSD não foi alijado apenas das articulações políticas, mas também de todos os atos de Governo, talvez porque o próprio governador já soubesse, de antemão, de nossa posição absolutamente contrária a algumas medidas das últimas semanas.

Como concordar com as centenas de nomeações de agentes políticos, com o objetivo mal disfarçado de conquistar os apoios eleitorais finalmente contabilizados? O Governo fez em poucas semanas o que se recusara a fazer nos primeiros anos de Administração. Tudo o que não cedeu em três anos, ele concedeu em poucas semanas. Talvez por isso os apoios que não obtivera em três anos se multiplicaram em poucos dias.

Tenho a consciência absolutamente tranquila da lealdade com que sempre me portei como vice-governador do Estado, inclusive assumindo o ônus político de medidas sobre as quais jamais fora ouvido. Trabalhei e colaborei em silêncio, sem jamais disputar holofotes muito menos o protagonismo das ações de governo, que, no entanto, são de uma equipe inteira, mais que de uma única pessoa. Não me arrependo. Ao contrário, envaidece-me o trabalho da equipe de governo que integrei. Orgulho-me da lealdade que é um valor de minha historia e marca de minha vida.

Apoiar, a essa altura, a reeleição do governador é avalizar o desrespeito, a quebra de palavra e compromissos e compactuar com práticas administrativas que o próprio governador e eu condenamos durante os primeiros três anos de administração. O PSD não acredita em ética de circunstância nem em moralidade de conveniência.

O PSD muda de trincheira para não mudar de valores e princípios. O PSD apoiará, na plenitude de suas forças e na inteireza de seus esforços, a candidatura de Cássio Cunha Lima, de quem em algum momento nos distanciamos por um projeto partidário, e de quem nos reaproximamos por uma decisão pessoal, de respeito a princípios e valores que são irrenunciáveis. Mesmo quando temporariamente distanciados, jamais nos desrespeitamos, nem em público, nem em privado. Os valores que nos uniram uma vida inteira consolidarão uma aliança que transcenderá dimensões puramente partidárias.

Com todas as adversidades, mesmo com o noticiário insistente sobre nossas exclusão da chapa majoritária, nosso nome cresceu consistentemente, em todas as regiões do Estado, como prova de que os paraibanos julgavam, em nosso pleito, a história de uma vida de quem já foi vereador, deputado estadual, deputado federal e vice-governador,sendo presidente do Poder Legislativo e que agora era indicado para ser senador. Agradeço a cada um dos que defenderam nossa causa, em todos os pontos de nossa Paraíba. Agradeço, muito particularmente, a minha querida Campina Grande, que não nos faltou com seu apoio e confiança.

O projeto partidário do PSD, de disputar espaço majoritário, fica temporariamente adiado. Submeto, agora, meu nome e minha história, propostas e bandeiras à Paraíba, na disputa de uma cadeira de deputado federal. A Paraíba julgará minha decisão e minhas aspirações, em instância última e irrecorrível.

 Fonte: Da Redaçã0/O Gordinho

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