O episódio de confusão, bombas e a saída de um torcedor ferido do Estádio Lacerdão, em Caruaru, no dia 27 de julho, rendeu punição alta para Central e Campinense.
As equipes foram julgadas na noite desta terça (05), na Segunda Comissão Disciplinar da Justiça Desportiva (STJD) e acabaram punidas com multa de R$ 20 mil cada, além da obrigação de jogar com portões fechados em duas partidas. O resultado foi unânime e cabe recurso.
Central e Campinense se enfrentaram pela segunda rodada do Grupo A-3 da Série D do Campeonato Brasileiro. Na partida, o árbitro sergipano Michael Vinícius Santos Freitas relatou momentos de tensão vivido pelos torcedores presentes no estádio Lacerdão.
– Informo que ao retornar para o início do 2º tempo, observou-se lançamentos de pedras vindo de fora do estádio em direção a torcida do Campinense. Tal fato, foi controlado pelo policiamento. Informo ainda, que aos dois minutos do 2º tempo, a partida foi paralisada, pois a ambulância teve que se ausentar do estádio para socorrer um torcedor não identificado que estava no local destinado a torcida do central, onde teria sido atingido por um artefato de fogo lançado de fora do estádio. Tal fato paralisou a partida por 22 minutos, sendo a mesma reiniciada normalmente após o retorno da ambulância – narrou o árbitro.
Após acesso a súmula e a imagens da partida, a procuradoria do STJD denunciou Central e Campinense pelo lançamento de objetos e desordem ocorrida. Pelos atos os clubes foram enquadrados duas vezes nos artigos Art. 213 incisos I e III e §§ 1º e 2º do CBJD n/f do Art. 69-B do RGC/CBF cumulados com o Art. 184 do CBJD.
Em julgamento, os clubes apresentaram provas de vídeo e tentaram reforçar que os acontecimentos ocorreram na parte de fora do estádio.
– Eu vi o noticiário deste jogo: bomba, torcedor ferido, como se tivesse havido um conflito na faixa de gaza. O mesmo torcedor aparece em várias fotos como se fossem vários. A desordem partiu da parte de fora do estádio e o vídeo confirma isso. Alguns torcedores chegaram atrasados e tentaram entrar sem revista. Se revoltaram e lançaram um rojão no estádio. Dentro do estádio não aconteceu e nem está relatado nada na súmula – defendeu Osvaldo Sestário, advogado do Central.
Para a defesa do Campinense, representada pelo advogado Fernando Lamar, não há nenhum indício de que a torcida do Campinense realizou infração.
– Em momento algum fica claro que houve algum ato pela torcida do Campinense. A súmula do árbitro também não diz que as pedras foram atiradas pelos torcedores do Campinense – disse Lamar que, em seguida, pediu a absolvição do clube.
Após ouvir as defesas, o relator Nicolao Constantino justificou seu voto.
– “As imagens mostram que tudo ocorreu também dentro do estádio. A prova documental é clara, objetiva e não paira qualquer sombra de dúvida, o que é reforçado pelo árbitro na súmula -argumentou.
Diante das provas da procuradoria, Nicolao condenou ambas as equipes com a perda de dois jogos com portões fechados e multa de R$ 20 mil. Os auditores Jurandir Ramos, Manoel Bezerra e Jonas Lopes acompanharam o voto do relator.
O advogado do Central prometeu recorrer e levar o caso para novo julgamento no Pleno, última instância da justiça desportiva brasileira.
Jogos com portões fechados ao torcedor:
Campinense x Baraúnas – próximo domingo (10), 16h
Campinense x Coruripe – 31/08
Central x Coruripe – 10/08
Central x Jacuipense – 31/08
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