Em um gesto contraditório, o PP decidiu retirar dos quadros da CPI da Petrobras seus dois deputados enrolados no escândalo do petrolão – e, ao mesmo tempo, reforçou a soberania do partido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada estratégica por julgar os recursos contra possíveis processos de cassação de mandato no futuro. Sob pressão, os deputados Lázaro Botelho (PP-TO) e Sandes Júnior (PP-GO) pediram licença da CPI – ambos estão na lista dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, mostrando que o PP não foi atingido por um súbito senso moral, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), outro citado no esquema de corrupção, ganhou o posto de primeiro-vice-presidente da CCJ. Ele reforçará o comando da comissão mais importante da Câmara ao lado do presidente, Arthur Lira (PP-AL), também citado no petrolão. Em tempo: não é a primeira vez que os dois trabalham próximos. Segundo o doleiro Alberto Youssef, Lira se rebelou contra o partido e articulou a derrubada de Mário Negromonte Ministério da Cidades. No lugar, alçou justamente Aguinaldo Ribeiro ao posto. (Marcela Mattos e Gabriel Castro, de Brasília)
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