A frase foi repetida pelo próprio ex-presidente, em tom de brincadeira, ao final de seu discurso (veja vídeo abaixo), feito nessa quinta-feira (18). “Não se descuidem!”, acrescentou Lula. O ex-presidente reforçou sua intenção de concorrer à Presidência em outubro, seja qual for o resultado do julgamento de seu recurso contra a condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP).
“Eu quero que o PT me indique para a Presidência da República. Se o PT quiser, estarei como candidato à Presidência, aconteça o que acontecer”, disse. “Eu duvido que os juízes que já me julgaram ou que ainda vão me julgar estejam com a tranquilidade que eu estou. Estou com a tranquilidade dos justos, dos inocentes. A minha tranquilidade vai infernizar a vida deles”, emendou.
No ato, convocado por causa do julgamento do próximo dia 24 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), além de Lula e Haddad, diversos outros petistas e intelectuais discursaram.
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), ironizou o presidente do TRF-4, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, que em audiência com a presidenta do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, alertou para a ocorrência de ameaças contra os magistrados que participarão do julgamento. “Corre risco? Eles é que fizeram o Brasil correr risco”, afirmou Gleisi.
A senadora, que disse no início da semana que teriam de “matar gente” para prender Lula, declarou que os petistas são pacíficos, mas não passivos. “Somos pacíficos, mas não somos passivos e nem somos mansos. Não vamos admitir uma condenação”, discursou.
Também foram lidas, no evento, manifestações de apoio a Lula escritas pelo filósofo norte-americano Noam Chomsky, pelo jurista Celso Antônio Bandeira de Mello e pela professora e pesquisadora Ermínia Maricatto. O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim reforçou o tom internacional de rejeição à condenação do ex-presidente. Um dos autores do manifesto “Eleição sem Lula é fraude”, que circula na internet, leu mensagem do ex-secretário-geral da Anistia Internacional Pierre Sané. “O Brasil não merece as demonstrações patéticas que temos visto no país. Se os cidadãos africanos pudessem votar, eles votaram em massa para levar Lula de volta ao poder”, ressaltou Sané, de acordo com o texto lido por Amorim.
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