sábado, novembro 23, 2024
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Tecnologia vai tirar 7 milhões de empregos até 2021, afirma estudo

As relações de trabalho e o nível de desemprego mundial devem mudar significativamente até 2021.E não será para melhor, aponta estudo do Fórum Econômico Mundial. A pesquisa revela que, se por um lado, a tecnologia é o motor fundamental para o desenvolvimento, por outro, vai criar um abismo ainda maior de desigualdade. Sete milhões de empregos serão extintos. Nesse turbilhão de mudanças, 52% dos demitidos serão mulheres e 48%, homens.

A cada cinco empregos perdidos por elas, somente um será recuperado. No caso deles, a relação é de 2,5 a cada 5. No Brasil, as discussões ultrapassam o curto prazo. Especialistas temem que o país não esteja preparado para essas transformações, se quer no longo prazo.

Com maior expectativa de vida e vivendo uma realidade de hospitais sucateados, alto nível de desemprego e mudanças das leis trabalhista e previdenciária— que exigem mais tempo na atividade e mais qualificação — os jovens de hoje não terão instrumentos para enfrentar os futuros desafios. “Vai ser um caos.

Se nada for feito para preparar os idosos do futuro, o crescimento do país ficará ainda mais comprometido”, destaca Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. Atualmente, segundo estudo da instituição, 36% dos brasileiros com 50 anos ou mais estão no mercado de trabalho. Destes, 64% são responsáveis por toda ou pela maior parte da renda da casa.

Além disso, 36% trabalham por conta própria, 32% estão no setor privado, 15%, no serviço público, 9% são trabalhadores domésticos e 8% são empregadores. Atualmente, o Brasil tem 54 milhões de pessoas nessa faixa etária (1/4 da população), que movimentam R$ 1,6 trilhão por ano. Até 2045, a estimativa é de que a população brasileira com 50 anos ou mais salte para 93 milhões de pessoas.

“Nós não estamos preparados para essa revolução tecnológica que começou por volta dos anos 2000. Até porque ela não foi acompanhada de uma reforma na educação. O Brasil peca há 500 anos”, reforça Deise Gomes, gerente executiva e especialista em gestão de carreiras da Thomas Case & Associados.

Deise reclama da falta de políticas públicas. Cita como exemplo o Polo Industrial de Camaçari (BA), que abriga diversas indústrias químicas e petroquímicas. “Várias empresas que se instalaram na região tiveram que treinar seus próprios trabalhadores. O que assusta é que o futuro vai exigir mais pessoas com capacidade de resolver problemas, propor soluções e inovações, do que mão de obra braçal”, destaca.

Conforme ela, também faltam campanhas para acabar com a discriminação. “Por mais que o assunto seja delicado, sabemos do preconceito com quem tem mais de 50 e a dificuldade de recolocação no mercado de trabalho nessa faixa etária, principalmente para os sem formação acadêmica”, alerta.

CapacitaçãoA situação se complica porque, muitas vezes, até os com nível superior estão desatualizados. “Mas, com a péssima qualidade da educação, também não quer dizer que quem tem nível superior saiba fazer uma redação. Se ouve dizer que temos um projeto de Estado. Até hoje não vi projeto algum”, lamenta Deise Gomes. O Ministério da Educação, por meio de nota, diz que tem “centenas de políticas públicas pensadas para o futuro”.

Ivan Siqueira, vice-presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), no entanto, foi enfático ao tratar sobre uma possível integração entre os ministérios com políticas sociais e a equipe econômica, na hora de priorizar, por exemplo, onde haverá cortes em caso de contingenciamento dos recursos públicos para o ajuste das contas públicas.

“Posso garantir que nunca houve esse tipo de dimensionamento ou de debate. Seria ideal. Exatamente a política de Estado que se quer, mas que ainda nos parece inatingível”, diz .

SaúdeO Ministério do Trabalho informa que, no tocante à modernização trabalhista (Lei nº 13.467/2017), é importante ressaltar que não haverá aumento da jornada de 44 horas semanais ou da jornada diária de 8 horas de trabalho, parâmetros previstos na Constituição Federal que devem ser observados.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de 29,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Desse total, 69,9% são independentes para o autocuidado e 30,1% têm alguma dificuldade para realizar atividades da vida diária.

Doenças crônicas avançam nessa população. “Entre os idosos de 60 a 69 anos, 25,1% tem diabetes, 57,1% foram diagnosticados com hipertensão, além de a maioria estar com excesso de peso (63,5%) e 23,1% com obesidade”. Para atender esse público, a meta é recorrer à Atenção Básica, principal porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), em uma das 41.688 unidades.

“Pela primeira vez nós estamos fazendo isso, reorganizando todo o serviço e capacitando os profissionais. Já foram 14 mil capacitados no ano passado e este ano serão outros 10 mil”, reforça o secretário de Atenção à Saúde do Ministério, Francisco Figueiredo.

Resumopb

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