quinta-feira, abril 25, 2024
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Hipotireoidismo pode dar queda de cabelo, depressão e impotência.

Todo mundo tem tireóide, uma glândula em forma de borboleta que fica localizada no pescoço, logo abaixo do “pomo-de-adão”, e regula a função de órgãos como coração, cérebro, fígado e rins. Ela produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), e pode pesar até 25 gramas em um adulto.
Segundo os endocrinologistas Alfredo Halpern e João Eduardo Salles, a tireoide atua diretamente no crescimento e no desenvolvimento de crianças e de adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional.
O que algumas pessoas têm é um distúrbio nessa região, que faz com que o organismo fique mais ou menos acelerado. Os problemas podem aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso, em homens e mulheres.
Hipo e hipertireoidismo

No caso do hipotireoidismo, há uma produção insuficiente de hormônios. Tudo começa a funcionar mais lentamente: o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido.
Ocorrem também a diminuição da capacidade de memória, cansaço excessivo, dores musculares e nas articulações, sonolência, pele seca, ganho de até 4 kg, aumento nos níveis de colesterol no sangue e, em alguns casos, depressão.
Nessa situação, o organismo nesta situação tenta “parar” o indivíduo, já que não há “combustível” a ser gasto. Apesar de ser mais comum acima dos 40 anos, o hipotireoidismo pode ocorrer em todas as fases da vida. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos podem ter a doença.
Na outra ponta, há o hipertireoidismo, ou seja, a produção excessiva de hormônios . Tudo passa a funcionar rápido demais: o coração dispara, o intestino solta, os olhos ficam saltados, a pessoa fica agitada, fala demais, gesticula muito e dorme pouco, pois se sente com muita energia, mas também muito cansada.
Quem tem disfunção na tireóide deve fazer um acompanhamento a cada 6 meses para avaliar a dosagem dos hormônios. Se você tem alguma desregulagem na tireóide, não tenha receio de fazer reposição hormonal. Ela não é considerada um tratamento medicamentoso e proporciona ao organismo aquilo que a glândula não consegue mais fazer sozinha.
O hipotireoidismo também pode ser detectado pelo teste do pezinho. Retira-se uma gota de sangue do pé do bebê no terceiro dia de vida. O exame ajuda a verificar se a tireóide está funcionando bem, além de atestar a ocorrência de outras doenças. Se o hipotireoidismo congênito for controlado de forma adequada e precoce, a criança terá uma vida normal.
O hipotireoidismo atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as idades. Mas certos grupos são mais vulneráveis:
– Mulheres, especialmente acima dos 40 anos
– Pacientes em radioterapia de cabeça e pescoço
– Pessoas que já tiveram problemas de tireoide
– Usuários de lítio (estabilizador de humor) ou amiodarona (contra arritmia cardíaca)
– Pessoas com histórico familiar de doenças autoimunes
– Homens acima dos 65 anos
Estudos mostram que 2,3% das mulheres com mais de um ano de infertilidade têm hipotireoidismo. Das pacientes com hipotireoidismo, 69% têm disfunção ovulatória. Porém, 64% delas engravidam quando recebem a reposição hormonal adequada. Por isso, quem quiser ter filho deve antes fazer um exame para saber como está a função tireoidiana.
Nódulos e câncer
Para fazer o auto exame da tireóide, é preciso um copo de água e um espelho. Segure o espelho e procure no pescoço a região logo abaixo do pomo-de-adão ou “gogó”. Ali está a sua glândula tireóide. Incline o pescoço para trás, para que a região fique mais exposta. Beba um pouco de água, para fazer com que a tireóide suba e desça. Observe se existe algum caroço ou saliência. Se houver alguma alteração, procure um endocrinologista.
Um dos problemas mais freqüentes da tireóide são os nódulos, que não apresentam sintomas. O reconhecimento precoce pode salvar uma vida, e apalpar a tireóide é fundamental para isso. Uma vez identificado o nódulo, o médico solicitará uma série de exames complementares para confirmar a presença ou não de um câncer.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, estima-se que 10% da população adulta tenha nódulos na tireóide, sendo 90% deles benignos e 10% malignos. A incidência de nódulos malignos aumentou em 10% na última década, mas a mortalidade diminuiu.
As mulheres têm três vezes mais nódulos que os homens, mas no caso deles costuma ser mais maligno. A faixa etária de maior risco vai dos 25 aos 65 anos.
De acordo com o Inca, houve um aumento na incidência do câncer da tireóide no Brasil, especialmente nas mulheres. Atualmente, o câncer na tireóide é o quinto mais frequente no sexo feminino. Perde apenas para câncer de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto. Na seqüência, vêm os de pulmão, estômago e ovário.
De acordo com o Inca, o aumento de casos se deve a exames mais eficazes, como a ultra cenografia. A radiação ionizante, tanto em virtude da exposição a tratamentos quanto ambiental, é o mais bem estabelecido fator de risco para o desenvolvimento da doença.
Estudos mais recentes também investigam a associação da obesidade com esse tipo de câncer. Nas populações de grandes cidades, onde há alto consumo de alimentos prontos, artigos de limpeza e compostos tóxicos em geral, esse risco tende a ser maior. Dieta e componente genético também são considerados fatores de risco.
G1

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