As últimas semanas foram marcadas por casos assustadores envolvendo motoristas de Uber. Somente na região metropolitana de Salvador, dois homens foram presos – em episódios diferentes – suspeitos de sequestrar e roubar passageiros, principalmente, mulheres.
Um deles fez pelo menos cinco vítimas e causou um prejuízo de R$ 50 mil. Ainda na Bahia, uma mulher precisou pular do carro em movimento para evitar um estupro por parte do condutor.
De acordo com a delegada Maritta Souza, que investiga um dos casos, o criminoso cancela a viagem assim que a vítima entra no carro, mostra a arma e anuncia o assalto ou sequestro. O próximo passo era obrigá-las a fazer transferências bancárias, sob ameaças de morte e de estupro. Depois, o criminoso deixa a vítima em uma via qualquer, sem pertences e incomunicável.
Em nenhum dos casos, a polícia deu detalhes sobre como foi feito o cadastro dos criminosos na plataforma Uber, mas chama atenção a ousadia de cometer crimes sabendo que informações pessoais, como nome, endereço e documentos estão registrados na ferramenta.
Cássio Thyone, conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, avalia que esse tipo de crime se tornou muito comum porque empresas como a Uber ampliaram o acesso à profissão de motorista profissional. Hoje, existem mais motoristas de aplicativo do que de táxi durante o auge do serviço. Para Thyone, boa parte desses sequestros e assaltos acontecem com apoio de outro crime, como o uso de documentos falsos para se cadastrar na plataforma.
O Uber disse que segurança é uma de suas prioridades, por isso, investe em ferramentas que atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas.