O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou nesta quarta-feira (23), após se reunir com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, que a presidente quer anunciar a reforma ministerial antes de viagem para Nova York, prevista para esta quinta-feira (24).
Nesta manhã, Dilma se reuniu com o vice-presidente da República, Michel Temer, Eunício, além do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para traçar a reforma ministerial.
“Ela [Dilma] disse que quer anunciar [a reforma] amanhã [quinta]. Disse que quer fechar antes de viajar”, afirmou Eunício, ao chegar ao Senado.
Dilma teria afirmado que está “fechando o cenário” da reforma e que, até o fim da tarde desta quarta, ela chamaria Eunício novamente para apresentar o resultado das negociações.
Eunício Oliveira
“Pode manter Kátia [Abreu, ministra da Agricultura], pode manter Eduardo [Braga]. O PMDB no Senado não tem reivindicação nova”, afirmou, acrescentando: “Coloquei que, na questão do Senado, que defendemos aqui durante o tempo todo redução de ministério e corte de orçamento. Não tínhamos nenhum modelo a apresentar e nenhuma reivindicação adicional ao que já existe em relação à participação do PMDB no Senado na questão administrativa.. A bancada do Senado não tem reivindicações sobre ampliação do espaço na reforma.”
Na segunda-feira (21), a presidenta também se reuniu com líderes do PMDB para conversar sobre a reforma, entre eles, Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Em agosto o governo anunciou que faria uma reforma administrativa com a previsão de cortar dez dos 39 ministérios. Além da extinção ou fusão de pastas, o governo promete cortar também cargos comissionados.
Nesta quarta, a presidente Dilma Rousseff continuou a discutir reforma que fará nos ministérios, após se encontrar com a cúpula de partidos aliados, o PT, PMDB e PDT. No final da tarde, ela se reuniu com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto e com o titular do Turismo, Henrique Eduardo Alves.
Ao longo de todo o dia, a presidente manteve reuniões reservadas com as principais lideranças de alguns partidos da base. Pela manhã, ela recebeu o PMDB, principal aliado do PT na coalizão do governo, e que atualmente comanda seis ministérios.
Além do vice-presidente Michel Temer, presidente nacional do PMDB, estiveram presentes os líderes do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e no Senado, Eunício Oliveira (CE). Por volta de 13h, Dilma iniciou conversas com petistas, também no Palácio da Alvorada, residência oficial. Os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, das Comunicações, Ricardo Berzoini, da Defesa, Jaques Wagner e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, participaram do encontro.
A reunião durou cerca de três horas, e contou também com as presenças do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e de Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete de Dilma e que tem atuado na articulação política do governo ao lado de Berzoini. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha agenda em Brasília hoje, mas a assessoria de Lula não confirma se ele esteve com Dilma.
Durante a tarde, Dilma também recebeu em sua residência oficial o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, cujo filiado Manoel Dias comanda o ministério do Trabalho e Emprego.
Dilma manteve negociações ainda com parlamentares do PMDB e reuniu ministros em seu gabinete, no Palácio do Planalto, para tratar do assunto. Embora o vice-presidente Michel Temer tenha recusado indicar nomes à presidenta, ela tem conversado com as lideranças do partido no Congresso para compor sua nova equipe.
PMDB
A bancada do PMDB na Câmara se reuniu nesta terça (22), por quase duas horas, para definir os nomes que seriam indicados a Dilma para o Ministério da Saúde e para uma nova pasta que poderá ser criada, o Ministério da Infraestrutura.
Segundo parlamentares do PMDB ouvidos pelo G1, os nomes que seriam indicados para consulta são os dos deputados José Prianti Junior (PMDB-PA), Celso Pansera (PMDB-RJ), Newton Cardoso Junior (PMDB-MG), Mauro Lopes (PMDB-MG), Manoel Junior (PMDB-PB), Marcelo Castro (PMDB-PI) e Saraiva Felipe (PMDB-MG).
O nome com maior apoio da bancada para comandar o Ministério da Saúde é o do deputado Manoel Junior. As alternativas para essa pasta são Marcelo Castro e Saraiva Felipe.
O deputado José Prianti Junior comandaria, segundo petistas, um ministério ligado à área da infraestrutura, possivelmente uma fusão da Secretaria da Aviação Civil com a Secretaria de Portos. Celso Pansera, Newton Cardoso Junior e Mauro Lopes seriam alternativas a Prianti, se o nome for vetado por caciques do PMDB no Pará.
Inicialmente, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, estava cotado para o comando da nova pasta de Infraestrutura. No entanto, Dilma optou por um nome com respaldo da bancada do PMDB na Câmara para tentar conter a rebelião na base governista. Nos últimos meses, Padilha vinha acumulando suas atribuições na Aviação Civil com o varejo da articulação política do Palácio do Planalto.
O PMDB também tentará manter Henrique Alves na pasta do Turismo, ainda que seja fundida com outros ministérios. O nome dele, porém, não foi endossado para ocupar os dois ministérios oferecidos para a bancada do partido na Câmara.
Fonte: Polêmica Paraíba