A temperatura está altíssima no ambiente socialista. Nem precisa olhar para o termômetro. O calor sobe a cada movimento do prefeito Luciano Agra. Ele desagrada o chefe mor a cada uma de suas canetadas.Seja para nomear, seja para exonerar. Agra perdeu a cerimônia, a paciência e atua em faixa própria. Deu-se a partir do momento em que teve o desejo de concorrer a reeleição preterido pelo grupo do governador Ricardo Coutinho.
Ou melhor, grupo do governador que nada. O próprio RC cuidou de descartar Agra quando decidiu pela pré-candidatura da ex-secretária de Planejamento do Município, Estelizabel Bezerra. Hoje, o prefeito apóia o pré-candidato Nonato Bandeira.
A quentura bate à porta dos gabinetes do governador Ricardo Coutinho e do prefeito Luciano Agra. Eles não se entendem mais. Estão rompidos politicamente. Apesar de jogarem no mesmo time partidário, divergem sobre os pré-candidatos.
É coisa do tipo “vaca desconhecer bezerro”. A situação anda tão feia que não se falam nem por telefone.
Na prefeitura, os mais antigos socialistas, do tipo que sabe o que juntos fizeram no passado, arrepia-se: estamos todos fritos!
Na semana passada, Agra foi aos holofotes quando demitiu a superintendente da Emlur, Laura Farias, uma competente técnica que Ricardo a fez dirigente deste órgão, superintendente de trânsito da capital e secretária de Administração do Município.
Laura, como se sabe, é muita amiga de Coriolano Coutinho, irmão do governador e que Agra não quer vê-lo pintado de ouro.
Ao fundo, pisca a palavra “paciência”. O governador nunca teve. Não terá agora. RC resolve a coisa a seu modo. Desta vez não será diferente.
Impossível prevê o final da peça. Mas uma coisa é certa: ambiente entre Ricardo e Agra não existe mais e o melhor é não convidar eles para sentar na mesma mesa.
É capaz de sair faísca. Deu no Marcone Ferreira.