Nós nem sempre aparentamos ter a idade que nossos documentos revelam e esta não é uma questão apenas de estética. O corpo humano pode ter de fato um envelhecimento celular acelerado ou reduzido que leva a uma idade biológica que pode ser diferente da cronológica.
Apesar de o envelhecimento estar relacionado ao desenvolvimento de algumas doenças, cientistas do Karolinska Institutet, na Suécia, descobriram que a idade que respeita o relógio epigenético, não o calendário, é que está vinculada aos maiores riscos de doenças neurológicas e de acidente vascular cerebral (AVC). O estudo foi publicado na revista científica Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry no último domingo (9/11).
Como a pesquisa calculou a idade biológica?
Os dados foram obtidos após observar os históricos de saúde de 325 mil ingleses que tiveram 18 biomarcadores monitorados conforme envelheciam, incluindo pressão arterial, glicemia, níveis de colesterol, marcadores de inflamação, circunferência da cintura e capacidade pulmonar.
Os participantes foram acompanhados por nove anos para entender as relações destes índices com algumas doenças neurológicas. Neste período, 1,3 mil deles desenvolveram demência e 2,5 mil tiveram AVCs.
Os pacientes que foram identificados com desregulação homeostática (ou seja, a dificuldade do organismo de manter o equilíbrio funcional) característicos de uma idade celular superior em 10% à real tiveram maior frequência de demência e de demência pós-AVC. A média de risco foi 20% mais alta.