O Ibama encontrou 21 áreas desmatadas de forma irregular, na Paraíba, por indígenas supostamente aliciados pela promessa de lucro fácil nas usinas canavieiras. Os agentes embargaram as áreas para cessar os danos ambientais e assegurar a regeneração natural da vegetação nativa.
O fato foi detectado após o Ibama promover, na primeira quinzena de agosto, em conjunto com a Polícia Federal e com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Operação Rieli, com o objetivo de combater o desmatamento ilegal na região da Mata Atlântica onde se encontra a Terra Indígena (TI) Potiguara, localizada mais precisamente entre os municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto, na Paraíba.
Por meio de monitoramento remoto, geoprocessamento (estudo das informações geográficas do local) e análise de imagens de satélite, foi constatado que a área total de lavouras de monocultura de cana-de-açúcar na TI é de aproximadamente 6,64 mil hectares, com um total de 428,53 hectares desmatados apenas entre 2019 e 2023.
A Operação de agosto resultou no embargo de 79,5 hectares, além da aplicação de 16 autos de infração, cujas multas totalizam R$ 245 mil.
Riquezas da Mata Atlântica
A Mata Atlântica é abrigo de árvores centenárias e de fauna silvestre ameaçada de extinção. O bioma é vital para o sustento dos povos tradicionais. Com a conservação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais de suas terras, a população mantém o modo de vida tradicional e, além disso, matas nativas, animais silvestres e mananciais, que estão em perigo com a expansão da monocultura irregular da cana-de-açúcar, são protegidos.
A operação foi batizada com o nome Rieli em homenagem ao indigenista da Funai de Rondônia (RO), Rieli Franciscato, morto em 2020 durante missão institucional.
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