O médico João Paulo Casado compareceu, espontaneamente, na manhã desta quarta-feira (13), à Delegacia da Mulher, sendo interrogado e liberado em seguida.
O advogado Aécio Farias Filho disse que o médico nunca esteve foragido e acredita que o pedido de prisão preventiva perdeu o objeto, já que se fundou na suposta fuga.
A delegada Paula Monalisa, responsável pelo caso, falou hoje sobre o fato da Polícia Civil não ter dado prosseguimento as investigações, no ano passado, quanto tomou conhecimento das agressões.
De acordo com a própria Polícia Civil, as autoridades tomaram conhecimento do caso das agressões do médico João Paulo Casado contra sua ex-esposa, na época ele ainda era casado com ela, no ano passado, quando o condomínio do prédio onde eles residiam entregou as imagens. Na época, entretanto, a investigação não prosseguiu pois, segundo a polícia a vítima não quis ir adiante com as diligências.
“No ano passado o condomínio notificou a delegacia a respeito dessas agressões que a vítima sofria. A Polícia empreendeu diligências, foi até o prédio e intimou a vítima, que ao comparecer à delegacia estava bastante emocionada, constrangida com toda aquela situação. Lhe foi oferecido atendimento psicológico, ela foi ouvida por uma psicóloga e naquele momento se percebeu que realmente ela estava dentro do contexto de uma violência doméstica. Mas ela alegou que estas teriam sido as primeiras agressões, que amava muito o seu marido, que não queria nenhum tipo de reprimenda em relação a ele. Então, a delegacia achou por bem não dar prosseguimento, inclusive a gente tem essa oitiva dela”, disse nesta quarta-feira (13) a delegada Paula Monalisa.
As imagens foram entregues poucos dias após as agressões. Uma Lei estadual obriga os condomínios a relatarem fatos dessa natureza.
A delegada Paula Monalisa disse que ontem(12) a vítima compareceu novamente à delegacia e reafirmou os fatos.
Ainda sobre a falta de continuidade das investigações, mesmo existindo uma legislação que diz que a medida que a denúncia chega, ela precisa ser investigada, independente da vontade da vítima, a delegada Paula Monalisa afirmou que o papel da polícia é proteger, “acolher essa mulher e não fazer um procedimento contrariando a vontade dela”.
“Claro que a letra da lei é importante, mas cada caso é um caso”, disse, completando que as delegacias da mulher estão assoberbadas de procedimentos. “Não foi somente este caso, existem muitos outros e cada um é analisado com muito carinho, caso a caso, até que essa mulher se conscientize, porque de nada adianta, nada vale, o procedimento ser feito e na hora de uma audiência essa mulher se retratar das representações”, ressaltou.
O caso ganhou grande repercussão esta semana, após vazarem nas redes sociais as imagens do médico agredindo a então esposa, com puxões de cabelo e empurrões.
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