Em sua primeira entrevista coletiva como ministra da SPM (Secretaria de Políticas para as Mulheres), a sanitarista Eleonora Menicucci (foto), 67, defendeu a legalização do aborto.Ela ressaltou que falava em seu nome, e não do governo. Mas disse: “O aborto é uma questão de saúde, como o crack, as drogas, a dengue, o HIV, todas as doenças infecto-contagiosas”, disse. “Não é uma questão ideológica.”
“Não é uma questão se eu sou contra ou a favor, é o que eu acho que tem que ser feito. Não acredito que mulher alguma queira abortar. Não acho que ninguém quer arrancar um dente, e ninguém tampouco quer tirar a vida de dentro de si”.
A ascensão ao governo de uma defensora da legalização do aborto significa, na prática, o rompimento da promessa que Dilma Rousseff fez a líderes católicos e evangélicos, durante a campanha eleitoral, de que o seu governo não proporia nenhuma mudança na legislação sobre a questão.
Obviamente que o governo dirá — como Eleonora já disse — que a questão depende do Congresso Nacional, onde tramita uma proposta sobre o assunto elaborada pela gestão anterior da SPM. Mas, como se sabe, o poder político do governo no Congresso é muito grande.
Eleonora é amiga da presidente, e há, entre elas, grande afinidade ideológica. As duas ficaram na mesma prisão na época da ditadura militar. Foram do POC (Partido Operário Comunista).
A nova ministra é professora titular do departamento de medicina da Unifesp. Ela tem se destacado no combate à violência contra a mulher. Defende a legalização do aborto com o argumento de que as mulheres não podem ficar à mercê das clínicas clandestinas, correndo riscos, inclusive o de morte.
Lideranças religiosas já começaram a fazer oposição a Eleonora.
Brasileiras compram drogas abortivas em sites do exterior.
julho de 2008
Paulopes.com.br