quinta-feira, abril 25, 2024
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Coluna Evangelizar, com Padre Zé

   
E A SEMENTE FOI LANÇADA
 NA TERRA…

   

               11º domingo do Tempo comum

 

Leia Mc 4, 26-34 com muita atenção, só assim você vai entender a nossa reflexão.

 

                Para entender melhor a mensagem deste domingo vale a pena dizer que quando este evangelho segundo São Marcos foi escrito, a  grande maioria do povo ainda não se tinha  convertido, mas só uns poucos “iniciados” e são eles que continuam a pregação do evangelho de Jesus, aqueles mesmos que, depois da Ressurreição de Jesus, entenderam o “segredo messiânico”: que Jesus é o Filho do Homem, o Messias que o Pai enviara para nós todos.

                 Jesus não pronunciou as parábolas para não ser entendido. Marcos 4,33 nos faz perceber que Jesus procurou ser compreendido na medida em que o povo fosse sendo capaz de entender. O falar em parábolas é um meio didático, que caracteriza o jeito de Jesus de Nazaré de se fazer compreendido pelo povão. A parábola é linguagem figurativa, que apresenta por uma imagem uma realidade concreta. Jesus mostra aos ouvintes o que acontece no dia-a-dia do povo, para que eles se conscientizem de como, de modo semelhante, está acontecendo o Reino de Deus no meio deles. “É como quando um homem que lança a semente na terra”(Mc 4,26).  Nós diríamos: Qual é a semelhança entre o Reino de Deus e uma semente? É que ambos crescem por si mesmos, pois não  precisa puxar o caule (troco) para que o trigo cresça necessariamente.

               Jesus procura entrar em diálogo com a convicção íntima, profunda do homem,  por isso, para implantar no coração dos ouvintes uma sementinha de sua experiência de Deus, ele apela para a experiência vivida deles mesma, embora num outro terreno, no terreno de Deus. No caso, para fazer com que os ouvintes se desliguem de uma ideologia de um Reino de Deus vindo ostensivamente com a ajuda das forças celestes, implantando o “império davídico” para Israel, mediante o zelo dos “zelotes”que se acham os cumpridores da Lei como os fariseus mas, numa visão puramente da tomada e libertação de Israel do Império Romamo.

              Ao contrário, Jesus apela para uma experiência da vida campestre: a semente cresce sem intervenção humana. Aí, Ele sugere algo mais profundo aos ouvintes. Eles ficam refletindo e, aos poucos, se sentirão convidados a participar da misteriosa e única experiência do Reino, que Jesus mesmo tem como “Filho de Deus”; ou, então, até podem recusá-la. Jesus não impõe nada. Ele simplesmente lança a semente no coração deles, mas sem imposição e com plena liberdade. A parábola, em última análise, nos coloca diante da opção de aderir a experiência de Jesus ou não.

               De modo análogo,  semelhante,   podemos entender a outra parábola, a do grão de mostarda. Esta desfaz uma ideologia de “falso universalismo” a respeito do Reino, mostrando que o universalismo não está na grandeza visível, numérica, mas na força de crescimento invisível como a que está no grão de mostarda. Embora não se veja quase nada, Jesus revela que o Reino de Deus está acontecendo, este Reino universal que é sugerido pelo próprio termo de comparação, isto é, da parábola, agora se torna um arbusto frondoso no qual se aninham os pássaros do céu. Qual é, portanto, a semelhança entre o Reino de Deus e um grão de mostarda? Ambos parecem quase nada no começo e se tornam muito frondosos, grandes no fim.  Depois da constatação, se pode optar: prefere-se um Reino que se anuncie com espalhafato, ostentação exagerada, ou aquele que cresça necessariamente a partir de uma pequena semente?

          Qual é pois a nossa contribuição para que este Reino cresça  no coração da nossa igreja paroquial ou na comunidade, movimento  ou pastoral a que pertencemos? Que você seja esta sementinha aparentemente pequenina, mas que vai germinando, crescendo e produzindo frutos pela ação do Espírito, tendo você como instrumento, que colabora necessariamente para este crescimento!…Oxalá estas reflexões que fazemos seja um estímulo para você ler a Palavra de Deus! Ficamos  muito feliz por isso.

                                         

 

                                    Com muita estima o seu muito irmão na fé,

 

                                               Pe  José D. de Macedo

 

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