quinta-feira, abril 25, 2024
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Coluna de Rocha: Nana, Brasil !…

Na coluna de Rocha desta semana, Elvis faz refrências aos 512 anos do Brasil. Para uma pessoa seria muitos anos, mas para um país é pouquíssimo. Ainda somos recén-nascidos.

 

 

NANA, BRASIL!…

Quinhentos e doze anos pra uma pessoa é muito tempo, pra um país, não. Se considerarmos que na maior parte do seu tempo, o Brasil foi colônia de Portugal e sofreu invasão de outros países, poderíamos dizer que ele virou um país somente depois de proclamada a república. Mesmo assim, não se tornou, porque aos trancos e barrancos, sempre foi administrado por desgovernos fechados demais ou abertos demais, instáveis e incompetentes. Consideremos então que o Brasil tornou-se “país” com o fim da ditadura, no início dos anos 80. Ainda não! Digamos que aquele foi apenas o momento da sua concepção, porque o governo salvador da pátria, eleito pelo Congresso Nacional com o aval do povo não se concretizou, com a estranhíssima morte de Tancredo Neves dias antes da posse, assumindo o enigmático senhor do poder absoluto (estranho poder sobre tudo e todos), José Sarney. Mais um desastre à vista e à prazo. O Brasil parecia um carro sem conserto nas mãos de quem não sabia consertar nem dirigir. Nem nos trancos, nem nos barrancos, pegava, não andava pra frente. Em seguida a esperança se fez nascer novamente em Collor, visto e exibido pelos olhos da Rede Globo, mostrando-nos um herói honesto, que enfrentava e enfrentaria tudo contra a corrupção. Talvez até fizesse um bom governo, se não assinalasse com seu primeiro ato, que viera para ditar quando esvaziou as contas do povo e enlouqueceu o país confiscando o dinheiro de todo mundo. Foi uma auto-puxada de tapete, o típico “tiro no próprio pé”. Fez-se então o teatro da revolução, com os poderosos atingido$ manobrando a população em grandes manifestações, até o ato final do seu impeachment no congresso. Um mal que veio pro bem do Brasil, porque ficou no seu lugar o mineirinho Itamar Franco fazendo quieto, sem muito alarde sobre o seu governo, até que, na calada do mundial de 94, enquanto o povo achava que uma Copa do Mundo resolveria o problema Brasil, através do seu ministro FHC, lançou a URV, embrião do Real, sem nenhuma credibilidade, depois de tantos planos furados. Pela primeira vez na história, o Brasil deu dois passos pra frente, fazendo-nos acreditar que dava pra ir mais longe. Organizou-se a economia, reduziu-se a inflação e até experimentamos, depois da recessão crônica em que vivíamos, um pouco de crescimento e algumas poucas melhorias. Mas, o Expresso Brasil era lento demais. Eleito Fernando Henrique, um governo inventado pela e pra elite brasileira, conhecido apenas como o padrinho do Real, ele manteve o motor ligado, sem muitos apagões, mas não conseguiu sair do lugar. Pegou o que o Brasil tinha de mais valioso e simplesmente DEU, entregou de mão beijada pra iniciativa privada. Não bastasse privatizar tudo a preço de banana podre na hora da xepa, ainda financiou, emprestou o dinheiro do povo para que os compradores fizessem a festa e pagassem como e quando bem entendessem, tudo isso em nome de uma reeleição que ele inventou pra ele mesmo e não teria chance nenhuma de conseguir, se não fosse pela força do dinheiro… Nos seus quatro anos adicionais FHC quase conseguiu destruir tudo que havia feito; voltamos à recessão, o desemprego passava dos 13%, a inflação beirava os 5% ao mês e pra compensar um pouco o seu desgoverno, ele criou o bolsa renda  pra cerca de duzentas  mil famílias… Acabou que FHC foi outro mal que veio pro bem, porque, enquanto isso, Lula amadurecia, aprendia, pra chegar ao governo em 2002 conhecendo bem o defeito-Brasil, sabendo exatamente o que fazer para consertar, sair do atoleiro e seguir, somando-se a isso o fato de ter vindo de baixo, ter sentido na pele o que o povo sente e precisa pra viver melhor. Seu segundo ano de governo foi marcado e manchado por escândalos de corrupção por parte de seus colaboradores e tudo indicava que iriam derrubá-lo. Mas a consistência do seu trabalho e o seu nome sempre fora das sujeiras permitiu que ele chegasse ao fim do mandato, se reelegesse e mantivesse com a eleição de Dilma, a continuidade do seu trabalho, que já pagara a dívida externa, apelidada de eterna, retomou o controle da inflação, gerou crescimento, emprego e renda, ampliou o Bolsa-Família de duzentas mil para 13 milhões de lares, um jeitinho que conseguiu de redistribuir renda com menos chances de desvios, sem aumentar oficialmente a participação de estados e municípios e efetivamente beneficiar pessoas, estados e municípios mais necessitados, com maior circulação de dinheiro, sem que os estados e municípios com melhores condições pudessem choramingar.

Visto dessa perspectiva, podemos então dizer que o Brasil, na condição de PAÍS é um Bebê recém-nascido, está engatinhando ainda, abrindo os olhos, começando a perceber as coisas, se organizando, corrigindo seus erros, firmando seus passos e daqui a algum tempo, estará se entendendo melhor, com perspectivas fortíssimas de se tornar o que já era pra ser a muito tempo: O MELHOR LUGAR DO MUNDO PRA SE VIVER!

A cada dia as pessoas se conscientizam mais, pensam com suas próprias cabeças, descartam seus políticos ruins, cobram mais honestidade e competência e votam nisso. Ainda não é suficiente para termos um quadro político onde os bons sejam a maioria, mas vai ser. A vontade de evitar o mal-feito aliada as condições que a tecnologia já oferece pra se identificar bandidos na política e fora dela, nos permite ter esperanças. O povo está aprendendo o sentido da palavra TRANSPARÊNCIA além do vidro e está cobrando honestidade além da APARÊNCIA, está comparando, porque se temos em algum lugar alguém fazendo direito e bem feito com determinado valor e em outro alguém fazendo mal feito ou não fazendo com valor igual, alguma coisa ou alguém está “pegando”.

À medida em que o povo melhorar o seu voto, vai melhorar os seus políticos e quando eventualmente errar, vai saber o que fazer pra se livrar deles sem que tenhamos que engolir seus desgovernos por um mandato inteiro.

Pra um país que verdadeiramente nasceu em 1992, quando assumiu Itamar Franco, nestes 20 anos ele evoluiu demais e apesar de tudo, podemos agradecer muito a Deus por vivermos aqui para ajudá-lo a tornar-se um país adulto, ainda mais bonito, mais forte e honesto; Um BRASIL CIDADÃO, até mesmo se descabelando pela seleção de futebol nas copas, mas ciente de que o Brasil não é só isso…     



 



Elvis Rocha
LEIA A  COLUNA DE ROCHA, TODA SEXTA, NO

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