Podemos também chamar a esse expediente eleitoral de “golpe partidário”, uma vez que, na campanha política, usa-se o nome de um candidato e o voto que damos pra ele na urna, vai para o partido dele, podendo inclusive, servir para eleger outro, em quem não votaríamos de jeito nenhum e essa história de democracia com representação da maioria vai pras cucuias, exatamente porque essa maioria acaba tendo como representantes de fato e de direito, gente que não se elegeu por preferência da maioria… Penso que, mesmo mantendo os cargos eleitos como sendo dos partidos, deveríamos ter o direito de eleger apenas os mais votados.
Já que é pra votarmos em partidos, a campanha deveria ser feita em cima de suas ideologias, coisa que nenhum partido no Brasil, tem.
Já vimos aqui mesmo em Ingá um candidato ficando de fora com quase 800 votos e outros entrando pela porta dos fundos, com pouco mais de 200, o que é legal, mas passa longe de ser justo.
Por tudo isto eu acho que o mais inteligente por parte dos eleitores seria observar e procurar saber quais candidatos tem chances de chegar lá com base nesse complicado coeficiente eleitoral e entre eles, escolher um pra votar, minimizando assim, a chance de eleger outro.
Encontrei no site Yahoo Respostas o esquema para definir os eleitos. Veja abaixo:
O coeficiente eleitoral é utilizado para escolher os representantes do poder legislativo em nosso Brasil. Assim, para elegermos deputados federais, deputados estaduais e vereadores, precisa-se conhecer o coeficiente eleitoral. Exceção ocorre na eleição para Senador, em que o mais votado é eleito.
SIMPLIFICANDO. COMO ELEGER UM DEPUTADO FEDERAL, ESTADUAL OU VEREADOR?
1º Passo – Calcular o Quociente Eleitoral (QE) – Basta dividir o número de votos válidos pelo número de vagas disputadas. Como exemplo, numa cidade em que, na última eleição foram aproximadamente 4.500.000 votos e disputadas 50 vagas, o QE seria igual a 90.000
2º Passo – Calcular o Quociente Partidário (QP) – Basta dividir o número de votos para a legenda/coligação pelo QE. O partido elegerá x vereadores, sendo este x, o seu QP, descartando-se a fração (exemplo: QP igual 3.2, são eleitos 3 vereadores). Se um partido tiver QP menor que 1, ele não elegerá nenhum vereador.
EXEMPLO: Tomando por exemplo uma cidade com 500.000 votantes e 20 vagas a disputar para vereador (QE=25.000), vamos ao número de votos dos partidos (fictícios) e o seu QP (entre parênteses)
Partidos – Votos – QP
PZY – 130.000 (5.2 – 5 vereadores)
PABX – 110.000 (4.4 – 4 vereadores)
PIB – 100.000 (4 – 4 vereadores)
PLUS – 90.000 (3.6 – 3 vereadores)
PIN – 50.000 (2 – 2 vereadores)
PAZ – 20.000 (0.8 – nenhum vereador)
Notem que ainda sobraram 2 vagas, sendo necessário outro cálculo: agora pega-se os votos e divide-se pelo QP + 1. O partido que obtiver a maior média leva a vaga. O cálculo é repetido até que todas as vagas sejam preenchidas. Lembrem-se que, a cada vez que um partido leva uma vaga, a sua média diminui e que o partido que não atingiu QP maior que 1, também não entra neste cálculo.
1ª Vaga:
PZY – 130.000 : 5.2 = 20.96 (melhor média, leva a primeira vaga)
PABX – 110.000 : 4.4 = 20.37
PIB – 100.000 : 4 = 20
PLUS – 90.000 : 3.6 = 19.56
PIN – 50.000 : 2 = 16.6
PAZ – 20.000 (Não atingiu o QP)
2ª Vaga:
PZY – 130.000 : 6.2 = 18.05
PABX – 110.000 : 4.4 = 20.37 (melhor média, leva a segunda vaga)
PIB – 100.000 : 4 = 20
PLUS – 90.000 : 3.6 = 19.56
PIN – 50.000 : 2 = 16.6
PAZ – 20.000 (Não atingiu o QP)
Pronto, agora temos o quadro final da eleição de nossa cidade!
PZY – 6 vereadores (130.000 votos)
PABX – 5 vereadores (110.000 votos)
PIB – 4 vereadores (100.000 votos)
PLUS – 3 vereadores (90.000 votos)
PIN – 2 vereadores (50.000 votos)
PAZ – 0 vereadores (20.000 votos)
Complicado é, mas acredite se quiser, funciona. Como todo sistema, ele tem falhas que são corrigidas ao longo do processo. Isso ficou evidente nas duas últimas eleições, quando o Éneas em SP, sozinho, atingiu o QP de pouco mais de 7, levando mais 5 candidatos consigo (o PRONA só tinha 6 candidatos). E em 1998, quando Lindberg Farias tentou um mandato para a Câmara Federal pelo PSTU, foi um dos deputados federais mais votados, só que o seu partido, por não ter feito coligação e por não ter mais nenhum candidato com boa votação, não atingiu o QP de 1, impedindo sua eleição.
Observações: Em eleições proporcionais, os votos válidos são somente aqueles destinados à legenda ou a um candidato.