No final dos anos 70, ainda durante a ditadura, o ensino nas escolas públicas era excepcional. Estudantes que hoje cursam a 8ª série ou acima, seriam reprovados no segundo ano, já que a cobrança de resultados no aprendizado os obrigavam a estudar para aprender; não havia moleza, inclusive na questão disciplinar, porque ainda eram permitidos os castigos e, qualquer mal feito era motivo para suspensão ou expulsão e qualquer deslize do aluno na escola, significava pra ele também, uma bela pisa em casa.
Mas os professores eram bons, bem preparados e quem entrava numa escola com o intuito de aprender, aprendia a contento, não tinha o que temer. Mesmo assim, eu via com tristeza, alguns colegas que hoje dariam cambão em muitos que se aproximam ou têm o segundo grau, sendo reprovados ou desistindo.
Além de ditado, redação, texto livre, aprendíamos interpretação de texto, comentando de forma espontânea nossas impressões à cerca de determinadas leituras. Havendo dificuldade, os professores orientavam sobre a forma e a necessidade da compreensão, já que, de nada adiantaria para o aluno saber ler e escrever, se não fosse capaz de entender o que lia (Os chamados analfabetos funcionais).
Hoje é comum encontrarmos pessoas, sobretudo, as mais jovens, com aversão à leitura, porque não conseguem raciocinar ao mesmo tempo em que leem; falta-lhes o mínimo de imaginação diante de textos básicos, o vocabulário delas é extremamente limitado e, perguntar qual era a cor do cavalo branco de Napoleão, seria pra elas, uma tortura.
Eu entendo que a ditadura cometeu o grave erro de ensinar, acreditando que poderia, pela força, manter a dominação, indefinidamente. Mas, não há força que se sobreponha ao conhecimento. Se as pessoas instruídas tivessem considerado a ditadura um sistema positivo de governo, conviveriam com ela sem revolucionar. Porém, com um ensino de qualidade a sua disposição, o povo começou a enxergar mais do que devia e reagiu… Daí, veio a necessidade de os ditadores inverterem a forma de domínio, instituindo essa democracia fajuta, empobrecendo e emburrecendo o povo, para assim, se manterem no comando, dando ao cidadão desinformado, a falsa impressão de liberdade sob o poder que emana do povo, pelo povo e para o povo. baboseira pura, isto!
Num país onde uma quinta parte da população tem noção de democracia e de cidadania, não acontece um décimo do que vemos todos os dias, no Brasil, em todas as áreas e níveis de poder. Quando hoje vemos alguma manifestação, olhando de perto, percebemos que são pessoas individualmente ou grupos defendendo interesses pessoais e usando o povo como massa de manobra. Não há reação popular, propriamente dita, fruto de consciência sociopolítica.
Deixo abaixo o atalho para a música de Zé Ramalho, feita para contestar a ditadura e que nunca perdeu a validade. Talvez sua mensagem faça muito mais sentido nos dias atuais, do que do que fez durante a repressão.
Mas os professores eram bons, bem preparados e quem entrava numa escola com o intuito de aprender, aprendia a contento, não tinha o que temer. Mesmo assim, eu via com tristeza, alguns colegas que hoje dariam cambão em muitos que se aproximam ou têm o segundo grau, sendo reprovados ou desistindo.
Além de ditado, redação, texto livre, aprendíamos interpretação de texto, comentando de forma espontânea nossas impressões à cerca de determinadas leituras. Havendo dificuldade, os professores orientavam sobre a forma e a necessidade da compreensão, já que, de nada adiantaria para o aluno saber ler e escrever, se não fosse capaz de entender o que lia (Os chamados analfabetos funcionais).
Hoje é comum encontrarmos pessoas, sobretudo, as mais jovens, com aversão à leitura, porque não conseguem raciocinar ao mesmo tempo em que leem; falta-lhes o mínimo de imaginação diante de textos básicos, o vocabulário delas é extremamente limitado e, perguntar qual era a cor do cavalo branco de Napoleão, seria pra elas, uma tortura.
Eu entendo que a ditadura cometeu o grave erro de ensinar, acreditando que poderia, pela força, manter a dominação, indefinidamente. Mas, não há força que se sobreponha ao conhecimento. Se as pessoas instruídas tivessem considerado a ditadura um sistema positivo de governo, conviveriam com ela sem revolucionar. Porém, com um ensino de qualidade a sua disposição, o povo começou a enxergar mais do que devia e reagiu… Daí, veio a necessidade de os ditadores inverterem a forma de domínio, instituindo essa democracia fajuta, empobrecendo e emburrecendo o povo, para assim, se manterem no comando, dando ao cidadão desinformado, a falsa impressão de liberdade sob o poder que emana do povo, pelo povo e para o povo. baboseira pura, isto!
Num país onde uma quinta parte da população tem noção de democracia e de cidadania, não acontece um décimo do que vemos todos os dias, no Brasil, em todas as áreas e níveis de poder. Quando hoje vemos alguma manifestação, olhando de perto, percebemos que são pessoas individualmente ou grupos defendendo interesses pessoais e usando o povo como massa de manobra. Não há reação popular, propriamente dita, fruto de consciência sociopolítica.
Deixo abaixo o atalho para a música de Zé Ramalho, feita para contestar a ditadura e que nunca perdeu a validade. Talvez sua mensagem faça muito mais sentido nos dias atuais, do que do que fez durante a repressão.
Como dizia Nelson Rodrigues: “O povo é como uma boiada:
Se soubesse a força que tem unido, ninguém segurava!”
A LETRA:
Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber…E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer…Êeeeeh! Oh! Oh!
Vida de gado
Povo marcado
Êh!
Povo feliz!…Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal…E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou…Êeeeeh! Oh! Oh!
Vida de gado
Povo marcado
Êh!
Povo feliz!…Oooooooooh! Oh! Oh!
O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela…Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A Arca de Noé, o dirigível
Não voam nem se pode flutuar
Não voam nem se pode flutuar
Não voam nem se pode flutuar…
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber…E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer…Êeeeeh! Oh! Oh!
Vida de gado
Povo marcado
Êh!
Povo feliz!…Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal…E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou…Êeeeeh! Oh! Oh!
Vida de gado
Povo marcado
Êh!
Povo feliz!…Oooooooooh! Oh! Oh!
O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela…Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A Arca de Noé, o dirigível
Não voam nem se pode flutuar
Não voam nem se pode flutuar
Não voam nem se pode flutuar…
Êeeeeh! Oh! Oh!
Vida de gado
Povo marcado
Êh!
Povo feliz!…
—
Elvis Rocha
LEIA A COLUNA DE ROCHA, TODA SEXTA, NO