sexta-feira, abril 19, 2024
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COLUNA DE ROCHA

AS COISAS MUDAM…

Hoje em dia, diante de um PC, quando a net dá uma travadinha básica e demora cinco segundos pra acessar uma página, a agonia é enorme, parece que passou-se uma hora. Antigamente, a gente achava fantástico que o Correio levasse uma semana para entregar uma carta e outra para trazer uma resposta com notícias de alguém. Uma viagem de ônibus entre Vitória-ES e a capital de Minas Gerais durava oito horas e hoje o avião está acessível à todo mundo pra uma viagem de quarenta minutos, mais segura, mais confortável e, às vezes até, mais em conta.


  
Pra estudar, eu caminhava quatro quilômetros até a escola. Se quisesse lanchar, tinha que levar a merenda, comprar uniformes, o material escolar, etc… Hoje, os estudantes, além de todas essas facilidades, em muitos casos, ainda recebem incentivos em dinheiro pra frequentarem a escola.Quando Fábio Júnior apareceu usando um brinco em uma orelha, na novela Cabocla, muitos pais proibiram os filhos de assistirem TV naquele horário para que não inventassem de querer imitá-lo. Era um escândalo, o próprio apocalipse; Hoje a rapaziada usa dois brincos, piercing´s, tingem os cabelos, aparam sombracelhas e é tudo natural…

Falar em homossexualidade nos anos 70, nem pensar. Certa vez eu vi uma mãe dando um tapa violento na boca de um garoto, porque ele disse que o outro parecia bicha, não pela ofensa ao colega, mas porque ela considerava “bicha” um palavrão.

A revista Manchete ousou lançar no início dos anos 80, um encarte lacrado sobre homossexualidade e quando a patroa levou a revista pra fazenda, ainda estava intacto, ninguém havia aberto pra ler. A capa do encarte informava sobre o seu conteúdo tabu e polêmico e recomendava aos pais que não quisessem ler ou que já tivessem lido, que destacassem e incinerassem, para que as crianças não tivessem acesso. Eu abri, li e constatei ali, um monte de coisas que hoje são tidas como meras e insignificantes bobagens. Na atualidade, já celebram e oficializam uniões homoafetivas, dão espaços significativos para o público e para personagens gays na mídia e, sem polêmica, eles aparecem em filmes e novelas como parte integrante e inseparável da sociedade e não mais, para serem debatidos. São vencedores de reality shows, indicados para oito Óscares e levam três, como no filme “O segredo de Brockbackmontain”, enfim: têm destaque, não por serem homossexuais, mas, por serem pessoas que, como as outras, têm lá o seu talento e a sua preferência por pessoas do mesmo sexo, da mesma forma que não as fortalecem, não as prejudicam tanto, como antes.

Em muitos aspectos, infelizmente, as coisas mudam pra pior. A criminalidade cresceu demais e com ela, a violência. Quando pequeno, morando em um sítio, ouvíamos a rádio da capital e o noticiário parecia mais uma comédia. Relatava ironicamente, teatralmente, brigas de vizinhos, quebra-paus de casais, confusões de botecos ou de trânsito… Quando acontecia uma tentativa ou um crime de morte, o povo ficava chocado, assustado e hoje, as chacinas acontecem a todo momento nas grandes metrópoles e são notas de rodapé nos informativos.

Como diz Renato Russo na música Sereníssima

http://www.kboing.com.br/legiao-urbana/1-47415/ ), hoje “o caos segue em frente, com toda a calma do mundo!”. Quem quiser ter um mínimo de segurança, precisa se cercar de todos os cuidados e de grades (feito um condenado), de câmeras e ainda assim, dar graças à Deus por ter conseguido sair de casa e voltado pra ela, sem ter sido abordado, ferido ou morto por uma criança armada de faca, exigindo sua carteira, seu relógio ou o celular…

À curto e curtíssimo prazo, eu sei que a única coisa que mudará serão as posturas e opiniões políticas, antes e depois das eleições, quase que diariamente. Muitos votos já dados, inclusive, conseguem “mudar”, até mesmo, depois delas. Mas, e a médio e à longo prazo, daqui vinte, trinta, cinquenta anos, como será esse mundão de meu Deus?

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