quinta-feira, abril 25, 2024
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Coluna Evangelizar: 14º Domingo do tempo comum

 14º Domingo do Tempo Comum

                 Um amigo meu chamado é Manuel costuma visitar a família, os amigos e toda a vizinhança, pois ele fixou sua morada em São Paulo, onde constituiu família, educou os filhos tanto na fé como deu uma educação acadêmica que os preparou para a vida profissional e cristã. Hoje é um homem feliz, realizado, mas não esquece as suas raízes, por isso vem nos visitar quase todos os anos e reviver o tempo de convívio com os seus entes mais queridos e amigos. Tive a alegria de recebê-lo em minha casa neste começo de semana.

               Jesus não é diferente de nós, dos nossos costumes, pois Ele resolveu visitar a sua família, rever os conhecidos, relembrando sua condição de um Carpinteiro como fora antes, pois fora naquela cidade chamada Nazaré que ele recebeu dos seus pais e da comunidade os alicerces sólidos para sua missão de enviado do Pai. Ele agora não está só, pois vai acompanhado dos seus discípulos. A  sua missão de Enviado do Pai fala mais forte do que tudo. Ele tem necessidade de anunciar o Reino de Deus, se dirige à Sinagoga, onde prega com unção e mestria, discorrendo e explicando as Sagradas Escrituras, o que faz muitos se admirar da sua sabedoria. Mas a admiração dura pouco, pois o preconceito e a formação religiosa que recebera dos mestres do tempo, sacerdotes e fariseus, faz que eles rejeitem a Jesus: “Não é ele o Carpinteiro, não conhecemos toda a sua parentela?”  E se escandalizavam dele. Pois eles foram instruídos que o Messias viria de uma linhagem grã-fina e poderosa, da descendência do rei Davi. Até esqueceram que Davi fora tão somente, na juventude, um pastor do rebanho do seu pai  esquecendo o trabalho humilde dele (1Sm 16,10-12). Isto porque os mestres da lei muitas vezes ensinavam e interpretavam as Escrituras, não levando em conta a pureza da mensagem bíblica, mas a partir da sua posição de privilegiados e bem sucedidos, passando assim a sua mensagem, e não a que Deus quisera transmitir ao seu povo.

               Jesus sabia disto, por isso Ele dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. Conhecedor de todos os profetas bíblicos e da sua rejeição pelas autoridades, civis e religiosas é que afirma o que disse aos de sua pátria. A primeira leitura nos coloca justamente a missão de um dos profetas, Ezequiel que é enviado por Deus, já avisando que é um povo de cabeça dura. Mas o importante é anunciar a mensagem de Deus “quer seja escutada ou não”. Aliás, todo profeta para ser verdadeiro deve ter consciência do que anuncia, pois é Palavra de Deus e não a sua palavra, se não é um profeta falso. Não são as qualidades extraordinárias que lhe conferem a autoridade para falarem em nome de Deus, mas sim o fato de ter sido chamado, ter tido esta sua vocação. Ele não deve se preocupar com os resultados da sua missão. A Ezequiel Deus diz: “Quer te escutem ou não, ficarão sabendo que houve um profeta no meio deles”. ( Ez 2,5)

              Jesus é o Profeta por Excelência já anunciado por Moisés (Dt 18,15) que o Novo Testamento aplica a Jesus em (At 3,22). Fica agora difícil diante das evidências, negar que o jovem mestre, filho de Maria,  o Carpinteiro de Nazaré como era conhecido entre os seus, não seja o enviado de Deus diante dos prodígios que o mestre jovem consegue realizar: Curar leprosos, ressuscitar os mortos, multiplicar o pão. Os habitantes de Nazaré cometem um equívoco, um erro grosseiro, de pensar que, para realizar os seus projetos, Jesus precisasse daqueles instrumentos que os homens daquele tempo consideravam indispensáveis: poder, riquezas, ser um guerreiro forte como o valente Davi, e sábio como Salomão. Aliás, ele, Jesus tem qualidades superior a Davi e sabedoria maior que Salomão, mas o seu método de agir não é à semelhança dos condutores do povo, daí parecerem desconcertantes para os parentes, as atitudes e maneira de agir d´Ele, no trato com as pessoas leprosas, que se tornavam impuras e pecadoras como também os cobradores de impostos, prostitutas, todos oficialmente marginalizados e rejeitados pelos “zelosos da lei”, que dava suporte à religião judaica. É claro que a reação e o descrédito acontecessem normalmente do ponto de vista daquelas pessoas que seguiam à risca as orientações dos seus lideres religiosos.

              Observe que, quando refletimos anteriormente, no 10º domingo do Tempo Comum, foi a sua parentela que fora à procura de Jesus para trazê- lo de volta para casa, pois os seus ensinamentos comprometiam toda a sua família. Agora é Jesus que vai visitar o seu povo e já tem um projeto novo: O anúncio do Reino de Deus, tendo já os seguidores, que acreditam neste projeto. “Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanhavam” (Mc 6,1).  São eles agora a sua nova família. No futuro são eles mesmos constituídos missionários, apóstolos do Reino que tornam anunciadores até os confins da terra.

           E nós que nos comprometemos com este Reino de Deus no batismo, recebendo um reforço próprio na 1ª Eucaristia; assumimos um pouco mais o aprofundamento na formação para o Sacramento da Crisma. E ainda a Igreja nos oferece um engajamento bem próprio às idades, através das Pastorais e Movimentos. De nosso parte, como estamos levando tamanha responsabilidade a sério?  Que o Espírito suscite os continuadores desta missão em vista do seu Reino! E nós sejamos os emissários, anunciadores deste Reino que já fazemos parte.

                                           

 

                                                     Pe José D. Macedo

                                    

 

 

 

Leituras bíblicas para celebração deste Domingo:

       1-    (Ezequiel 2,2-5)

      2 – (2Cor 12,7-10)

 

 

 

 

 

      3 – Evangelho (Marcos 6, 1-6)

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