quinta-feira, abril 25, 2024
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Coluna Evangelizar: 33º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Neste domingo, na primeira leitura e o Evangelho os escritores sagrados ou hagiógrafos com se denominam usam a linguagem apocalíptica, que era bastante conhecida e bem entendida na época em que foi escrita, mas para nós de outra cultura se não adentrarmos  no conhecimento deste jeito de escrever, ficamos perdidos e até podemos ensinar errado, causando uma grande confusão aos nossos ouvintes, ficando eles pensando, que estas leituras são algo incompreensível ou que  se trata do “fim do mundo”. Mas não é nada disso, pois se trata apenas de imagens misteriosas ou alegóricas, isto é, se coloca uma imagem para dar idéia de outra mensagem que se quer transmitir.    

               Para representar os graves problemas de um povo ou de uma nação, o autor se serve de imagens de animais, fala de lutas entre monstros, do abalo das forças da natureza, usa simbolicamente números, as cores, os tipos de roupas dos seus vários personagens. Esta linguagem ou imagens nos parece surpreendente, mas era muito comum no tempo de Jesus e nos próprios evangelhos que aparece com bastante freqüência  e hoje na primeira leitura tirada do profeta Daniel.

               Com relação ao Evangelho de hoje, São Marcos fala precisamente deste fenômeno como o sol que vai se escurecer, a lua que não brilhará mais, as estrelas cairão e as forças do céu serão abaladas (Mc 13,24-26). Mas lembremos que antigamente os astros do céu eram considerados divindades, que tinham influência sobre a vida dos homens; podiam conceder benefícios ou provocar tragédias, pois eram considerados deuses ou para nós já esclarecidos, ídolos;  por esta razão os antigos pagãos ofereciam-lhes orações e sacrifícios.

               Os profetas já tinham refutado a religião que adoravam o Sol, a Lua e as estrelas, afirmando que um dia estes corpos celestes teriam perdido a sua luz  e teriam caídos (Is 13,10; 43,4). É o mesmo que dizer: Com a vinda do Filho do Homem estas forças serão abaladas, pois diante dele, Senhor da História consequentemente senhor de tudo nada tem mais sentido como os antigos ou pagãos os interpretavam. Mas ao retomar estas imagens, Jesus não quer assustar os seus discípulos, mas sim confortá-los. Pois no tempo em que Marcos escreveu este evangelho era um tempo difícil, porque os cristãos eram perseguidos, oprimidos, torturados e condenados à morte. Entre eles havia discórdias e divisões. Havia até mesmo entre eles quem delatava os seus irmãos de fé, acusando-os e denunciando-os aos tribunais pagãos. Para estes cristãos tão perseguidos e atribulados, Jesus vem trazer uma mensagem de alegria: Nenhum dos eleitos será esquecido, nenhum deles se perderá.   

               Jesus nos adverte para não dar ouvidos ainda hoje para certas pessoas exaltadas e desinformadas, que citando desastradamente algumas frases da Bíblia, saem por aí anunciando catástrofe e o iminente fim do mundo. Diante das alegrias e infortúnios da vida como distinguir o cristão autêntico e que busca a verdade, daquele pouco esclarecido ou até fanático?   Há, portanto, uma grande diferença, pois o cristão autêntico busca sempre a verdade e se esforça para compreender os sinais do Filho do Homem e o que Ele quer transmitir, ao passo que o outro se deixa dominar pelo desespero, fanatismo ou algo afim.  Além do mais, o medo do fim do mundo nunca convenceu ninguém a abandonar o pecado e a seguir o caminho do bem.     

                Para bem ilustrar o que afirmei agora vou lhe contar uma estorinha: No eclipse da lua em 1940, que dizem que foi total, um casal de idosos  ficou com muito medo, pensando que ia acabar o mundo. Os dois pediram perdão simultaneamente, sendo que a velhinha pediu perdão da infidelidade ao marido em tempos idos. Ele prontamente perdoou, mas passado o eclipse o velho disse: Agora você vai me contar a verdade, tomando atitudes enérgicas contra a cônjuge. Moral da estória: O homem   perdoou de fato a sua esposa?. Medo, afirmo, não converte ninguém.

                Usar o medo como arma para evangelizar penso ser um método pouco eficaz e sem conteúdo. Só o sacrifício de Cristo tem poder para comunicar a purificação dos nossos pecados, pois desde os tempos mais remotos os homens sempre experimentaram uma profunda perturbação interior, uma grande inquietação por causa das suas faltas.  Só Cristo pode, pelo seu sacrifício, que o fez está sentado à direita de Deus conforme a carta aos Hebreus nos afirma através da segunda leitura, que ele só , levou à perfeição definitiva os que ele santifica.

 

 

Leituras sugeridas para este domingo:

1-Daniel  12,1-3

2-Hebreus   10,11-14

Evangelho:  Marcos, 13,24-32

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