Primeira mulher a ocupar a presidência do Tribunal de Justiça da Paraíba e esposa do ex-governador José Maranhão (PMDB), a desembargadora Fátima Bezerra não fez restrições ao elogiar na noite desta quinta-feira, durante entrevista ao Conexão Direta, a relação do Tribunal de Justiça com o governo Ricardo Coutinho (PSB), que disputou a eleição com o seu marido em 2010. Sem pestanejar, a desembargadora declarou que a relação com o governo do Estado é “respeitosa e operosa”.
“O Tribunal de Justiça e o governo do Estado são duas instituições públicas que mantém um relacionamento respeitoso e operoso”, declarou.
Antes disso, ao confirmar a intenção de assegurar ainda na sua gestão mais cinco vagas para desembargadores no Tribunal de Justiça, a desembargadora declarou que tem discutido regularmente com o governador Ricardo Coutinho a possibilidade de aumentar o orçamento do Poder Judiciário. “Precisamos não apenas de mais cinco desembargadores. Mas de muito mais servidores e juízes, porque todos nós da Justiça trabalhamos exaustivamente”, justificou, confirmando a realização de concurso para oficial de justiça.
Na entrevista, a desembargadora defendeu ainda o fim da nomeação de chefes do Executivo de membros dos tribunais, como acontece após a composição de Listas Tríplices. “Nós precisamos dar um passo adiante num futuro em que toda a composição dos tribunais não será mais feita pelas mãos dos chefes do executivo e tão somente baseada em critérios objetivos”, disparou.
Apesar de ser contrária a tais nomeações, a desembargadora afastou o comprometimento políticos dos membros dos tribunais, a exemplo do TJ da Paraíba. “Os julgados tem mostrado que, independentemente da nomeação, nossos desembargadores julgam com independência”, declarou, defendendo a si e aos seus pares no Pleno do Tribunal de Justiça do Estado.
Ao elogiar a postura de Joaquim Barbosa, atual presidente do Supremo Tribunal Federal, a desembargadora Fátima Bezerra ousou discordar do ministro quanto à extinção dos 60 dias de férias anuais para os juízes. “Trabalhamos de segunda a segunda, seja na comarca ou seja em casa analisando os processos, deixando a família em segundo plano”, declarou.
Fátima Bezerra também afastou a figura do juiz gazeteiro, que só se encontra de terça a quinta nas comarcas. “Quando isso acontece é porque, devido a falta de juízes, o juiz acaba tendo que se deslocar para outra unidade. Ou até mesmo está em casa despachando”, declarou.
FONTE: LUIS TORRES
