São 7 horas da manhã de uma sexta-feira, alunos começam a chegar à Escola Municipal Anatácia Bacalhau de Melo, localizada na comunidade de Batente de Pedra. Ao se acomodarem na sala, cantam o hino de Ingá e fazem uma oração junto com a professora. Uma cena comum na maioria das escolas do ensino fundamental do município.
Porém, na escola de Batente de Pedra tem algo diferente. As sextas-feiras sãos dedicadas ao projeto implementado este ano pela diretora Laudiceia Fabrício da Silva, mais conhecida como Netinha, denominado DO POMAR À HORTA.
O projeto consiste em ensinar e motivar os alunos a realizar práticas e atividades agrícolas, através de uma horta comunitária instalada nos fundos da escola aproveitando um espaço ocioso onde antes só havia mato e lixo jogado pela própria comunidade.
As crianças adoraram a ideia e participam com total dedicação, uma vez que a maioria são filhos e netos de agricultores. De início o trabalho foi grande, pois tiveram que limpar todo o terreno e prepara-lo para receber as sementes que conseguiram por doação da própria professora e por agricultores da comunidade. Foi colocado também tela de proteção nas cercas para que os animais não destruíssem as plantações comunitária escolar.
Depois de preparado o terreno passaram a realizar plantações sementes de milho, feijão, tomate, coentro, alface, couve, girassol e frutas diversas. Ao lado da escola há um barreiro antigo de onde é retirado a água para aguar a plantação, sendo que é fechado o acesso às crianças e só os alunos maiores são autorizados a pegar água, tendo ainda ajuda de pessoas da comunidade e do esposo da diretora.
A plantação aguada com frequência, o resultado logo apareceu e as plantas brotaram, cresceram e já deram frutos que passaram a ser usados no cardápio da merenda da própria escola, como o feijão verde e hortaliças. Para proteger as hortas da ação direta do sol, os alunos usaram palhas de côco para cobri-las, as quais só são retiradas no momento que vão aguar ou colher.
Durante nossa visita, os alunos fizeram questão de explicar pessoalmente como fizeram as plantações, as características de cada tipo de planta, quais os cuidados do dia a dia e como são usados na alimentação, acompanhados também pela professora do ensino infantil, Aparecida Fabrício da Silva, que também ajuda na assistência a um aluno com síndrome de down e outros dois especiais.
A diretora e professora Netinha, explicou que durante a semana, de segunda a quinta, os alunos assistem aulas normalmente, sendo que as sextas-feiras são reservadas à horta comunitária, que após as atividades práticas, eles voltam à sala de aula e realizam produção textual, atividades de matemática ou ciências, relacionadas com o que viram na prática.
É visível a motivação dos alunos em participar do projeto envolvendo o meio ambiente, no que tem ajudado a diminuir a evasão escolar. A pequena escola conta atualmente com 26 alunos divididos em duas salas de aulas, um dedicada a educação infantil e a outra multisseriada.
A diretora avaliou como positiva a adoção do projeto que teve sua execução facilitada em razão da escola localizar-se em uma comunidade rural. Enfatizou também o apoio da Secretaria Municipal de Educação e do projeto ALUNO NOTA 10 da Alpargatas.Netinha gostaria de ver o projeto inscrito para concorrer a premiação de concurso nacional realizado pela Alpargatas.
A direção da escola está de parabéns por realizar atividades extras curriculares correlacionadas com o aprendizado e o cotidiano do alunado. De fato fazendo a diferença.
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