Com a situação de crise política e recessão que mergulhou o Brasil pós eleições presidenciais, apresentando atualmente um cenário de queda constante na arrecadação devido a retração econômica, que segundo os analistas avaliam terá um período mais longo do que imaginavam, desta forma atinge também em cheio os estados e prefeituras do país. Umas mais outras menos, mas sem dúvidas todas as gestões públicas estão sendo atingidas.
SITUAÇÃO CRÍTICA: OU CORTA DESPESAS OU FICA INGOVERNÁVEL
Com relação a prefeitura municipal de Ingá o quadro se complicou ainda mais, e não há outra saída a não ser colocar em prática o plano de contenção de despesas e cortes a ser aplicado em todas as secretarias, identificar e fechar os gargalos dos desperdícios, eliminar privilégios e enxugar a folha de pessoal a um número que realmente seja administrável, sem comprometer os serviços essenciais.
O prefeito Manoel da Lenha tem este planejamento definido há algum tempo, porém reluta em aplicá-lo na esperança de mais ajuda do governo federal para amenizar a crise nas finanças que pelo jeito não virá. No entanto, não é mais possível protelar decisões amargas e medidas impopulares necessárias sob pena de comprometer o pagamento de fornecedores, servidores públicos em dia, além de constatar o crescimento das dívidas feito bola de neve. Não há outra saída e cortes deverão ser efetuados com a maior brevidade possível.
COMPORTAMENTO DA BASE ALIADA
O prefeito Manoel da Lenha, como é de conhecimento público, tem muita vontade de trabalhar e “realizar coisas” no município, como ele próprio costuma dizer, e tem uma característica própria de querer ajudar a todos, o que leva a justa fama de “mão aberta”. Em sendo assim, é notável sua dificuldade em tomar decisões impopulares de cortes. Porém, a realidade dos fatos o forçará a agir assim.
Partindo do pressuposto de que em política não se tem “amizades” e sim interesses, como se comportará os vereadores da base aliada quando seus interesses forem atingidos? Serão compreensivos com a situação de salvar a gestão municipal e concordarão com as medidas emergenciais e temporárias? ou só pensarão neles em detrimento do coletivo?
Bom, talvez a ação de cada um dependerá da habilidade e da articulação política do executivo com o legislativo, e sobretudo se o executivo terá a capacidade de convencer e mostrar que as possíveis medidas cortarão na “própria carne”, servindo de exemplo para os demais setores da gestão, secretarias e para os próprios vereadores. O momento é de união, é de dar um passo atrás para poder dar dois lá na frente. O sacrifício deverá ser de todos.
REPERCUSSÕES POLÍTICAS
Logicamente haverá repercussões políticas negativas onde a oposição irá tirar proveitos diante da situação, o que é normal, afinal vivemos em um país democrático sendo necessária a atuação da oposição seja criticando, mostrando possíveis erros ou também demonstrando ações propositivas. O que não pode é fingir que os problemas não existem, deve-se sim encará-los com coragem e buscar soluções com transparência de modo que se possa atravessar o período de turbulência e voltar a normalidade posteriormente.
Para os pessimistas, a tempestade está só começando. Para os otimistas, já estamos no meio dela e com união e determinação, passará com triunfo. Quem tem razão, só o tempo poderá dizer.
Inga Cidadao