O nome do ingaense Dr. Chrismael Ramos ganhou repercussão nacional ao ser destaque na Revista Caras, em uma reportagem que apresenta não apenas sua trajetória como neurocirurgião e cirurgião de coluna vertebral, mas também sua visão de mundo — que alia ciência, espiritualidade e escuta ativa como fundamentos do verdadeiro ato de cuidar.
Ingaense, Chrismael iniciou sua trajetória em um contexto simples, mas cercado de valores familiares sólidos. Filho de pais que sempre prezaram pela educação, disciplina e fé, ele afirma que muito do que se tornou como homem e médico veio desse alicerce. “A educação que recebi dos meus pais foi o que me sustentou nos momentos difíceis. Eles me ensinaram que servir é um privilégio e que a fé é a força que mantém o propósito”, disse à revista.
Antes de se dedicar à medicina, o hoje renomado neurocirurgião trilhou caminhos distintos: estudou Psicologia, cursou Enfermagem e chegou a atuar como agente penitenciário. Essas experiências, segundo ele, foram fundamentais para compreender o sofrimento humano sob diferentes perspectivas. “Acredito que cada pessoa tem uma contribuição na existência, e a minha passa pela medicina. Essas vivências me mostraram que cuidar exige mais do que técnica — exige presença, escuta e empatia.”
Formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, Chrismael Ramos seguiu para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, onde concluiu a residência médica em Neurocirurgia, uma das especialidades mais complexas e exigentes da profissão. Foi ali que se aproximou de sua grande paixão: a coluna vertebral, que ele descreve como “a base do corpo, o eixo que sustenta a vida, o equilíbrio e o movimento. Sem ela, nada se ergue.”
Com o passar dos anos, Dr. Chrismael consolidou-se como referência em cirurgias minimamente invasivas e técnicas endoscópicas da coluna, que permitem incisões reduzidas e uma recuperação mais rápida para o paciente. No entanto, ele ressalta que o diferencial do seu trabalho não está apenas na tecnologia, mas na forma de enxergar o paciente como ser integral. “A grande revolução não está na tecnologia, mas na forma de pensar o ato cirúrgico: mexer menos para beneficiar mais. Toda cirurgia é agressiva, por menor que pareça. O segredo está na indicação certa, com expectativa realista e ética.”
O neurocirurgião defende que o primeiro gesto de cuidado é ouvir. Para ele, a escuta ativa é tão importante quanto o bisturi. “A medicina é feita de ciência, mas também de silêncio e presença. Às vezes o paciente precisa ser ouvido antes de ser tratado. O maior remédio é o nosso próprio corpo — ele fala, ele avisa, ele pede tempo. Dor é aviso, não sentença.”
Na entrevista à Revista Caras, Chrismael também abordou o papel da espiritualidade na prática médica, destacando que fé e ciência não se opõem, mas se completam. “A espiritualidade me equilibra. Ela me lembra que não somos donos da cura, somos instrumentos. Há algo maior conduzindo cada encontro, cada cirurgia e cada resultado.” Ele defende que o médico precisa reconhecer seus limites e compreender que há dimensões da vida que vão além do alcance da razão.
Outro ponto marcante da entrevista é sua visão sobre o diagnóstico e a abordagem da dor. “Nem toda hérnia dói, e nem toda dor vem da hérnia. O exame é complementar, não absoluto. O que realmente importa é o paciente.” Com essa perspectiva, ele critica a visão mecanicista que muitas vezes domina a medicina moderna e reforça a importância de um cuidado que integre corpo, mente e alma.
Para ele, o movimento é sinônimo de vida. “Fomos feitos para o movimento. O repouso absoluto enfraquece os músculos e atrasa a recuperação.” Por isso, seu tratamento vai muito além da cirurgia: envolve fisioterapia, fortalecimento, reeducação postural e acompanhamento constante.
A presença de um profissional como Chrismael Ramos, nascido em Ingá e hoje reconhecido em nível nacional, é motivo de orgulho para o povo ingaense. Sua trajetória mostra que é possível alcançar grandes espaços sem perder o vínculo com as origens, a fé e a humanidade. Em tempos de supertecnologia e pressa, sua mensagem é um lembrete poderoso de que o médico que escuta e acolhe salva tanto quanto o que opera.
“Deixar de tocar é deixar de ser humano”, resume o neurocirurgião, sintetizando uma filosofia que o coloca entre os profissionais que buscam devolver à medicina aquilo que ela tem de mais essencial: o cuidado genuíno com o outro.
Matéria: Redação Ingá Cidadão
Fonte: Revista Caras — “Neurocirurgião Chrismael Ramos faz da escuta ativa o primeiro gesto de cuidado”