Banda 31 de Março: 92 anos de história, música e compromisso
A noite caiu sobre Ingá. O povo se reuniu. A praça, iluminada. No palco, a lenda viva da música ingaense: a Banda 31 de Março.
Noventa e dois anos. Quase um século. No peito dos músicos, a mesma paixão de sempre. No público, o mesmo orgulho. Era noite de celebração. E a banda fez jus à sua história. Do dobrado ao frevo, do forró ao mambo, do clássico ao moderno. E, claro, o parabéns, porque a festa era deles.
A mesa de honra tinha nomes importantes, mas o protagonismo era da música. Padre Nino abriu a cerimônia com uma bênção. Em seguida, José Régis Segundo levou todos a uma viagem no tempo. Falou de Cazuzinha, Severino Araújo e a Orquestra Tabajara. Lembrou das dificuldades, das conquistas, das gerações que passaram pela banda. Até chegar ao presente. Maestro Enderson, neto e filho de músicos da banda, agora segura a batuta. A responsabilidade? Enorme. Mas a paixão, maior ainda.
Thales Lavosier, secretário de Cultura, e o adjunto Valmir sabiam que essa noite precisava ser especial. Agradeceram pelos dias de trabalho, atenção a cada detalhe, em especial a pessoa de Belinha, porque a banda merece. Esse evento é mais do que uma homenagem. É reconhecimento. É respeito à história da nossa gente. O secretário adjunto Valmir Sanfoneiro sabe que cada acorde que ecoa ali carrega o suor de gerações. E eles, agora como gestão, estão ali empenhados para fortalecer a cultura.
E os pedidos começaram. Jean Cosme, músico e filho de ex-integrante, foi direto: “Nossa farda é a mesma há 12 anos. Chegou a hora de mudar”. Ele lembrou o exemplo do ex-prefeito Manoel da Lenha, que garantiu os uniformes da última vez. E disse, com confiança: “Tenho certeza que Jan também vai fazer a sua parte”.
A presidente da Câmara, Rosa Nunes, entrou na conversa. E foi além: “Não é só o fardamento. O bônus dos músicos precisa de reajuste”. A última vez que aumentou? Ainda na gestão de Manoel da Lenha.
Então, o prefeito Jan pegou o microfone. E foi direto ao ponto: “Há dois anos, na condição de secretário municipal pedi um novo fardamento. Não fui atendido. Mas antes, eu só podia pedir. Agora, posso fazer”. Palmas e vibração. E ele seguiu: “O fardamento virá. Um instrumento novo também. E o requerimento de Rosa? Eu assino embaixo”.
O maestro Enderson encerrou a noite. Olhou para os músicos. Olhou para o público. E deu para enxergar nos seus olhos que: “Essa banda é história. Essa banda é Ingá. E seguiremos em frente”.
A festa terminou no Clube União Cultural Ingaense, com uma recepção aos músicos. Mas o que ficou no ar não foi só a música. Ficou o compromisso. Ficou a promessa. Ficou a certeza: a Banda 31 de Março seguirá tocando, inspirando, emocionando.
Porque algumas histórias não têm fim. Que venham as novas gerações!
Ingá Cidadão