Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Riachão do Bacamarte desta sexta-feira (24/07), os “Sem Casa” compareceram em massa às galerias daquela casa legislativa para protestar contra a reintegração de posse impetrada pela construtora e solicitar apoio dos vereadores para uma solução do problema enfrentado pelas famílias invasoras, que estão abrigadas precariamente numa escola municipal.
Os manifestantes, muitos deles mulheres com filhos de colo nos braços, chegaram com cartazes de protestos e foram recebidos pacientemente pelo presidente da câmara, Eudo Cabral, que até quebrou o protocolo parlamentar e ofereceu a tribuna para representantes do grupo usarem da palavra e ouvir suas reivindicações.
Os manifestantes invadiram as casas durante o mês de junho e justificaram o ato extremo tendo em vista, segundo eles, que a gestão pública teria doado casas a pessoas que não precisavam, se utilizando de critérios políticos partidários, a familiares de vereadores, funcionários da prefeitura e doação de terrenos públicos a comerciantes da cidade.
Durante a sessão, o presidente da câmara, Eudo Cabral, acenou com uma proposta da prefeitura que seria a doação de um terreno na saída para o sítio Cuités, onde as famílias poderiam construir suas casas em regime de mutirão com ajuda da prefeitura e doações da comunidade em campanha de ajuda. Acenou também com o aluguel social, enquanto resolve o problema, e a escola seja desocupada.
Por sua vez, os invasores não aceitam, querem receber casas prontas do programa Minha Casa Minha Vida, e também desconfiam do aluguel social da prefeitura que, segundo eles, sempre atrasam e os donos das residencias pedem a desocupação. Os “sem casa” só aceitam um acordo na presença da promotora de justiça, Dra. Claudia Cabral Cavalcante.
Eudo Cabral ainda se comprometeu a ser avalista do aluguel social para ajudar a resolver o problema, e se manifestou também favorável a uma audiência com a promotora.
Outros vereadores também se manifestaram. A sessão foi encerrada e ficou para próxima semana a tentativa de um acordo perante o Ministério Público.
O reinício das aulas está prejudicado devido ao alojamento das famílias na escola do bairro Bela Vista. O impasse continua a espera de uma solução.
FOTOS: Valdo (Facebook)
Inga Cidadao