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TERCEIRA CIDADE MAIS ANTIGA DO PAÍS: João Pessoa, a Nossa Senhora das Neves, Felipéia, completa 429 anos

Terceira cidade mais antiga do Brasil, João Pessoa completa hoje 429 anos de existência. Hoje, 05 de agosto, é uma data especial para todos os pessoenses, a tão amada cidade de João Pessoa completa mais um ano de vida. Por conta de João Pessoa ser a capital paraibana, e a primeira cidade do Estado, a data também marca a fundação da Paraíba. A Lei Estadual Lei nº 3.489, de 30 de agosto de 1967., pouco cumprida nas cidades do interior, torna o dia feriado no Estado.

João Pessoa tem em suas ruas a história contada em prédios tombados pelo Patrimônio Histórico e que datam os primeiros anos de existência da cidade. A capital paraibana nasceu com o nome de Nossa Senhora das Neves, em homenagem à padroeira comemorada no dia 05 de agosto.

A devoção à santa se perpetuou e dá nome à principal festa – também aniversário da cidade que nunca foi vila, nem povoadoA Cidade de João Pessoa, foi fundada em 5 de Agosto de 1585 com o nome de Nossa Senhora das Neves. Fundada em 1585, João Pessoa já nasceu cidade. Sem nunca ter passado pela designação de vila, povoadoou aldeia, visto que foi fundada pela Cúpula da Fazenda Real, uma Capitania da Coroa, é considerada a terceira cidade mais antiga do Brasil (Mello, 1987).

No início da colonização, quando a colônia brasileira foi dividida em Capitanias Hereditárias, grande parte do atual território paraibano situava-se na então capitania de Itamaracá, sob o domínio de Pero Lopes de Sousa. Posteriormente esta capitania foi desmembrada, dando origem à capitania da Paraíba (Sampaio, 1980). João Pessoa foi criada durante o antigo Sistema Colonial para exercer funções administrativas e comerciais, tomando forma a partir de uma colina à margem direita do Rio Sanhauá (Rodriguez, 1992).

A cidade de João Pessoa teve vários nomes antes da atual denominação. Primeiro foi chamada de Nossa Senhora das Neves, em 05 de agosto de 1585, em homenagem ao Santo do dia em que foi fundada. Depois foi chamada de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, em 29 de outubro de 1585, em atenção ao rei da Espanha D. Felipe II, quando Portugal passou ao domínio Espanhol.

Em seguida recebeu o nome de Frederikstadt (Frederica), em 26 de dezembro de 1634, por ocasião da sua conquista pelos holandeses, em homenagem a Sua Alteza, o Príncipe Orange, Frederico Henrique. Novamente mudou de nome, desta vez passando a chamar-se Parahyba, a 01 de fevereiro de 1654, com o retorno ao domínio português, recebendo a mesma denominação que teve a capitania, depois a província e por último o Estado.

Em 04 de setembro de 1930, finalmente recebeu o nome de João Pessoa, homenagem prestada ao Presidente do Estado assassinado em Recife por ter negado apoio ao Dr. Júlio Prestes, candidato oficial à Presidência da República, nas eleições de 1930 (Rodriguez, 1991).

A primeira capela da cidade foi erguida onde hoje se situa a catedral metropolitana. Datando do início da colonização, a mesma foi construída para o culto a Nossa Senhora das Neves, padroeira da cidade.

Os holandeses, atraídos pela riqueza do açúcar, invadiram a cidade em 1634, passando ela a chamar-se Frederistadt. Assim permaneceu durante 20 anos. Registros históricos afirmam que a cidade abrigava aproximadamente 1.500 habitantes e 18 engenhos de açúcar na época desta invasão.

Em 1808, a cidade possuía 3.000 moradores, cinco ermidas, uma matriz, três conventos, uma igreja misericórdia com seu hospital. Por sua vez, em 1859 já contava com cerca de 25 mil (Mello, 1987). Até o início do século XIX, a cidade era habitada praticamente por militares, administradores e religiosos. No entanto, com a ampliação do comércio brasileiro em geral, João Pessoa, bem como todo o litoral brasileiro, teve seu povoamento acelerado.

Na parte baixa da cidade, encontravam-se os prédios da Alfândega, os armazéns do porto e as casas comerciais (estes prédios ainda hoje podem ser vistos, embora em ruínas). Já na parte alta localizavam-se as construções administrativas, religiosas e os prédios residenciais de padrão alto (Rodriguez, 1992).

Até a década de 1910, a lagoa do Parque Solon de Lucena não permitia o crescimento da cidade em direção ao litoral. Em 1913, no governo de Saturnino de Brito, foi realizado o saneamento da bacia da lagoa, permitindo, com isso, a expansão da cidade em direção ao leste e ao sul . Após permanecer por mais de três séculos restrita às margens do rio Sanhauá e à colina onde fora fundada, a cidade, agora denominada João Pessoa, avança para o leste, em direção às praias, num crescente processo de urbanização que se estende até os dias atuais, com sua população de mais de 500 mil habitantes.

Orgulho de estar no Ponto mais oriental do Brasil e da América continental e de ter o título de uma das cidades mais verdes do país, João Pessoa, se destaca por suas belezas naturais.

O Parque Solon de Lucena, foi eleito pela população há alguns como o principal Cartão Postal da Capital paraibana. Com uma lagoa cercada de palmeiras imperiais e ipês amarelos que colorem a paisagem no inicio da primavera, o Parque é o maior centro comercial da cidade que mantém as principais lojas e bancos ao seu redor.

O litoral é um dos mais desejados do país, por suas águas mornas e pela balneabilidade em praticamente todas as praias. Na orla, a legislação local proíbe a construção dos paredões, uma medida polêmica que divida opiniões, mas garante ventilação da praia ao centro.

Em 428 anos, muitas mudanças aconteceram, principalmente na economia. No começo, houve disputa pela terra por ser rica em produção de algodão, sisal e cana de açúcar. No entanto, esta cultura se perdeu e hoje a população vive em torno do turismo, do comércio e do setor industrial. Outra atrativo da terceira cidade mais antiga do país são os prédios que caracterizam, principalmente, o centro histórico da capital paraibana. Além de igrejas, a cidade conta com construções utilizadas hoje para abrigar setores públicos e ainda locais voltados para visitação, a exemplo da Casa da Pólvora, onde eram guardados armamentos e que servia de ponto de observação contra possíveis invasões por estar localizado no alto da ladeira de São Francisco, primeira rua da cidade.

A Basílica de Nossa Senhora das Neves foi construída em 1585, mas perdeu o valor histórico ao ser completamente reformada em 1997. É a terceira mais antiga do Brasil e foi inaugurada junto com a emancipação da cidade. Três anos depois começou a ser construída a Igreja de São Francisco, que só terminou após 200 anos, devido às guerras da época. São, ao todo, 23 bens tombados, localizados principalmente no Centro Histórico, na chamada cidade baixa. Tudo, de acordo com Hector, passará por restaurações ainda em 2013 e os recursos da ordem de R$ 500 milhões já estão assegurados.

Para o prefeito Luciano Cartaxo (PT), mesmo crescendo, João Pessoa não perdeu sua característica acolhedora. “É uma cidade que começou às margens do Rio Sanhauá, migrou para o litoral, mas não perdeu esse encantamento do Centro Histórico. Uma cidade que vem crescendo, com 760 mil habitantes, mas que não perdeu essa característica interiorana e diferenciada das demais capitais brasileiras, do Nordeste também”, revela. Ainda de acordo com Cartaxo, a capital tem todas as condições de crescer cada vez mais, mas sem deixar de lado a preservação do patrimônio, além da sustentabilidade, o que resultará na melhoria da qualidade de vida dos pessoense.

A João Pessoa que cresce, perdendo aos poucos o ar de cidade de interior, é a mesma que tenta preservar alguns hábitos. A João Pessoa dos shoppings é também a dos passeios pela calçadinha das praias de Tambaú e Cabo Branco, das tradicionais feiras e mercados – o Mercado Central e o Mercado da Torre ainda são pontos de grande circulação de pessoas, a feira de Jaguaribe às quartas-feiras ainda atrai muitos consumidores.

PBAgora com historiadores

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