A polícia da Alemanha prendeu nesta quarta-feira 25 pessoas em uma operação contra um grupo de extrema direita que planejava um ataque armado contra o Bundestag, a Câmara Baixa do Parlamento. Quase 3 mil agentes das forças de segurança foram mobilizados em todo o país, em mais de 130 operações de busca e apreensão.
Os detidos, membros do grupo “Reichsbürger” (Cidadãos do Reich), são suspeitos de “preparativos concretos para entrar de maneira violenta no Bundestag com um pequeno grupo armado”, informa um comunicado divulgado pelo Ministério Público.
Além dos 25 detidos, outras 27 pessoas estão sendo investigadas por suspeitas de integrar a célula criminosa, informou o MP.
“Suspeitamos que um ataque armado estava previsto contra os órgãos constitucionais”, afirmou o ministro da Justiça, Marco Buschmann, em mensagem no Twitter, na qual destaca uma “ampla operação antiterrorista”.
“O prosseguimento da investigação permitirá determinar se existem elementos que constituem o crime de preparação de um ato de alta traição contra o Estado”, acrescentou o Ministério Público.
Fundada no final de 2021, a célula tem como objetivo superar a ordem estatal existente na Alemanha e substituí-la por uma forma de Estado própria, um projeto que só pode ser concretizado “com o uso de meios militares e violência contra representantes do Estado”, afirma o comunicado do MP de Karlruhe, responsável por casos que afetam a segurança do Estado.
Os membros estão “unidos por uma profunda rejeição das instituições do Estado e da ordem fundamental liberal e democrática da República Federal da Alemanha, o que aumentou entre eles, ao longo do tempo, a decisão de participar em sua eliminação pela violência e iniciar atos preparatórios concretos para este fim”, afirmam os procuradores federais.
As autoridades da Alemanha classificaram nos últimos anos a violência de extrema direita como a principal ameaça à ordem pública, à frente do jihadismo. Há alguns meses, as autoridades desmantelaram um pequeno grupo de extrema-direita suspeito de planejar atentados no país, assim como o sequestro do ministro da Saúde.
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