segunda-feira, dezembro 23, 2024
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Após vitória parcial de Bolsonaro no 1º turno, dólar cai mais de 2%

O mercado financeiro está otimista com o resultado do 1º turno das eleições. Após Bolsonaro receber 46% dos votos neste domingo (7.out.2018), o dólar operava em queda de 2,16%, a R$ 3,774 na venda, às 12h30 desta 2ª feira (8.out).

Para economistas, no cenário atual, não há espaço para uma queda maior da moeda norte-americana. André Perfeito, economista-chefe da Spinelli, acredita que o dólar vai se manter no patamar dos R$ 3,75 por algum tempo. “Para uma queda maior, ou mesmo uma alta, são necessárias notícias novas, que vão ser construídas com o tempo”, afirma.

Ele acredita que a euforia do mercado,em relação a possível vitória do candidato do PSL, será precificado pelo mercado em relação ao que for proposto e realizado por Bolsonaro. “Temos uma situação de que ele precisa se posicionar mais, ainda tem muita coisa a ser vista”, diz.

Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica, acredita que a moeda deve se manter abaixo dos R$ 4. Apesar do cenário doméstico favorável ao militar da reserva, o economista aponta que o cenário externo é volátil por conta da alta dos juros dos Estados Unidos.

“Mas vemos hoje 1 ambiente em que o mercado está desanuviando. O Mercado está dando 1 voto de confiança a Bolsonaro”, afirma.

Em uma possível vitória do candidato do PSL, Rosa diz que a tendência para os ativos brasileiros são favoráveis. “O Mercado vai antecipar isso, o que favorece a bolsa e desvaloriza o dólar frente ao real”, diz.

IBOVESPA DISPARA
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, disparou e chegou a bater alta de 6% e superou os 87 mil pontos pouco depois da abertura, às 10h. Às 12h33, estava cotada aos 85.414 pontos, com alta de 3,76%.

As estatais, mais sensíveis ao resultado eleitoral, estão entre as maiores altas. Na expectativa de vitória de candidatos com viés privatistas para presidência e no governo de Minas Gerais, as ações da  Eletrobras e Cemig subiam 18,7% e 17,2%, respectivamente.

Para Perfeito a alta da bolsa vai durar pelos próximos 6 meses, pois não há espaço para 1 otimismo maior. “Já teve uma alta significativa no ano, a curto prazo vai sentir esse impacto mas a longo prazo vai ser analisado pelo que for feito pelo próximo presidente”, diz.

PERSPECTIVAS PARA 2º TURNO 
Os analistas da XP Investimentos analisaram, nesta 2ª feira, que o desempenho de Bolsonaro no 1º turno o mantém como favorito na disputa pelo Palácio do Planalto. Bolsonaro recebeu 46,03% dos votos válidos, enquanto o petista Fernando Haddad ficou com 29,28% do total.

Soma-se a isso o fato de o PSL, partido de Bolsonaro, ter conquistado a  2ª maior bancada na Câmara.

Na avaliação dos economistas da GO Associados, o diferencial de votos de Bolsonaro ficou acima das expectativas e apontam que a probabilidade do militar vencer é de 97,3%.“A percepção é mais elevada e aumentou em relação à semana passada”, diz o relatório.

Para Eduardo Velho, economista-chefe da GO, as próximas pesquisas eleitorais vão ditar o ritmo do câmbio e da Bolsa nos próximos dias. “A princípio o movimento não vai mudar e o dólar vai estabilizar em R$ 3,70. Vamos ficar na expectativa das divulgações das próximas pesquisas eleitorais, para confirmar a diferença de voto entre Bolsonaro e PT”, afirmou. 

Para Fabio Klein, economista da Tendências Consultoria,a  margem para a moeda norte-americana cair é pequena. “As falas que vão surgir nos debates podem levar a moeda a cair além da nossa expectativa, de R$ 3,85, no cenário com Bolsonaro. Mas não tem muita novidade em relação ao que já está colocado”,afirmou

Segundo o economista, a agenda econômica do militar da reserva é melhor recebida pelos investidores, pela perspectiva do andamento das reformas e redução do Estado. Já as propostas do PT são mais desenvolvimentistas.

“Ambos mencionam a importância da reforma da Previdência. Mas Haddad seria mais refratário ao pegar a reforma proposta por Temer. Portanto, demoraria mais para retomar a agenda. Já Bolsonaro mostra mais chance de resgatar o que já está no Congresso”.

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