sexta-feira, abril 19, 2024
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Dedicado e determinado, Lucas Praxedes sonhava em jogar em grandes clubes, revela família

Vítima do acidente aéreo no domingo, lateral aceitou a proposta porque tinha como principal objetivo ajudar a família.

O lateral Lucas Praxedes, uma das seis vítimas da queda do avião do Palmas neste domingo (24), havia acertado com o time há 12 dias. Seu objetivo, segundo relato de seus familiares, era dar conforto para a família. O corpo das vítimas foi liberado nesta segunda-feira (25) do IML, e serão realizadas homenagens póstumas.

Praxedes tinha 23 anos e sonhava em jogar em grandes clubes.

“O sonho dele era conseguir dar uma vida melhor para a nossa família, para os nossos pais. Corria atrás do sonho dele, que era seguindo nessa carreira de jogador. Estava bem nessa oportunidade que estava tendo no Palmas, era uma oportunidade de ouro para ele”, conta Diego, irmão de Lucas, em entrevista ao GloboEsporte.

Lucas Praxedes com os pais e os irmãos — Foto: Arquivo pessoal

“A gente falava: ‘A oportunidade que aparecer, você abraça. Tem que dedicar ao máximo, se doa ao máximo, que com força de vontade e trabalho, vai conseguir realizar o seu sonho’. E era isso que ele fazia. Ele encarou essa oportunidade, viu que era longe daqui, mas para ele era uma oportunidade de estar disputando um campeonato que tinha uma expressão boa, que podia ser uma vitrine excelente para ele”, diz o irmão.

Lucas, o irmão Diego e as irmãs Gabriela e Tatiane nasceram e foram criados em Campinas, onde parte da família ainda mora. O gosto pelo bola veio desde pequeno, mas era dividido com outra brincadeira na infância.

“Nossa infância foi uma das melhores possíveis. Nas condições que tínhamos, foi uma das melhores. O pessoal na rua aqui tem a mesma faixa etária praticamente. Todo mundo brincando, soltando pipa, que ele adorava fazer, além de jogar bola. O círculo de amizade dele da escola dura até hoje. Era um menino muito querido por todos desde pequeno”, conta Diego.

Lucas Praxedes com o pai, o irmão e os primos — Foto: Arquivo pessoal

Essa relação com os amigos e com o irmão seguia próxima, tanto que Lucas fazia questão de reunir todos sempre que podia. A notícia do acidente pegou a todos de surpresa. Por uma coincidência do destino, era Diego quem estava jogando futebol na hora da queda da aeronave. Uma perda irreparável para alguém que tinha no irmão mais novo um companheiro no dia a dia.

“O Lucas, no dia a dia, era um menino sem comentários. Meu amigo, meu parceiro. Ele estava junto comigo, sempre que a gente podia, a gente saía junto, que ele adorava o pagode, um churrasco com os amigos. Às vezes saía, mas era um moleque bastante caseiro, porque adorava fazer as coisas aqui em casa. Em vez da gente sair, preferia fazer algo em casa, para trazer todos os amigos para cá. Estava sempre sorrindo, era um moleque fantástico.”

“Ele era o meu melhor amigo. É complicado, tem muita coisa boa dele”, completa Diego.

Além da família, Lucas deixa a namorada Maria Júlia. A relação já vinha de um ano e três meses, fruto da passagem do jogador pelo Marília em 2019, quando conquistou o acesso à Série A3 do Campeonato Paulista. Os dois já faziam planos para o futuro.

“Ele era um amigão para mim antes da gente namorar, ter algo. Mas aí eu comecei a olhar ele com outros olhos. De amigo, a gente virou namorado. Mas logo ele foi embora para João Pessoa, não fazia nem um mês que a gente estava namorando. Mas ele sempre pensava no futuro, sempre pensando em nós, na família. Ele queria o melhor para a família, para nós. ‘Amor, eu vou, vou ganhar um pouquinho melhor, para a gente poder juntar um dinheiro, comprar a nossa casa, ajudar a minha mãe’. Ele sempre pensava na família”,  conta Maria Júlia.

Lucas Praxedes e Maria Júlia — Foto: Arquivo pessoal

A namorada conta ainda que Lucas era muito preocupado e costuma ligar com frequência para saber como ela estava e se precisava de alguma coisa. A despedida entre eles veio com uma frase que agora ecoa no vazio deixado pela sua morte.

“Antes dele ir, acho que faz uns 12 dias, ele ficou aqui em casa uns 20 dias. Falou amor, eu vou daqui, vou lá em casa, depois não sei quando a gente vai se ver, né?
Segundo a família de Lucas, o velório e o sepultamento serão realizados no Cemitério das Flores, em Campinas. Os horários, porém, ainda não foram definidos e dependem da liberação do corpo em Palmas.”

ClickPB

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