Ser ou não ser campeã da Copa Sul-Americana, para a Ponte Preta, pelo menos nesta quarta-feira, é assunto para depois. O momento é de festejar um feito histórico. Pela primeira vez em seus 113 anos de história, a Macaca chega à final de um torneio internacional. O jogo contra o São Paulo, no estádio Romildo Ferreira, em Mogi Mirim, se desenrolou como uma mera formalidade. Após vencer a ida, quarta passada, no Morumbi, por 3 a 1, o time de Campinas poderia avançar até perdendo por 2 a 0. Fez bem melhor: empatou por 1 a 1 e despachou o Tricolor.
Agora, a Macaca aguarda o vencedor de Lanús, da Argentina, e Libertad, do Paraguai, que jogam nesta quinta. O time argentino, que atuará em casa, tem a vantagem do empate. E já que fez história e chegou à decisão, por que não sonhar com o título? Seria uma ótima forma de esquecer a péssima campanha no Brasileirão – a Ponte está praticamente rebaixada à Série B.
Ao São Paulo, resta lamentar um ano em que nada deu certo: eliminação na semifinal do Paulista, nas oitavas da Taça Libertadores, o sufoco para escapar do rebaixamento no Brasileirão e, agora, a perda da chance de ser bicampeão da Sul-Americana.
Golpe de Macaca
Como no primeiro jogo, o São Paulo começou dominando a posse de bola, trocando passes e envolvendo a Ponte. A diferença é que, nesta quarta, o gol rápido não saiu. O time tricolor, apesar de ter a bola, não sabia bem o que fazer com ela. Tinha dificuldades para achar espaços na bem posicionada defesa da Macaca.
Nem Rogério Ceni parecia em seus melhores dias: numa falta logo no início, a centímetros da linha da grande área, carimbou a barreira.
A equipe de Campinas, por sua vez, se mostrava atenta às brechas deixadas pela equipe tricolor. Não tinha pressa. Vigiava bem o adversário, limpava a sua área das bolas cruzadas. Esperava pelo São Paulo. Esperava por uma bola.
Ela veio aos 42. Felipe Bastos acertou ótimo lançamento para Uendel, que dominou no peito e cruzou rasteiro. Rodrigo Caio bem que tentou: primeiro, cortou o passe do ala pontepretano. Depois, rebatou o chute de Leonardo. Só que a bola voltou para Leonardo, que, dessa vez, acertou o alvo: 1 a 0 para a Ponte, 4 a 1 na soma dos dois jogos. A missão são-paulina, que já era difícil, ia se tornando impossível. A Ponte estava cada mais mais perto da inédita final internacional.
Que venha a final
Não restava outra alternativa ao São Paulo no segundo tempo a não ser ir para o abafa. Muricy colocou os atacantes Luis Fabiano e Welliton em campo; saíram Paulo Miranda e Ademilson. Com três centroavantes, o Tricolor ocupou a área da Ponte. No entanto, a bola não chegava. Os responsáveis por levá-la à frente faziam partida sofrível. Ganso, sumido; Douglas com dificuldades até para dominar a bola; Maicon não foi visto em campo.
O relógio andava rápido, e nada de o time tricolor criar alguma coisa. Aí veio o desespero: o time se lançou à frente, deixou espaços na defesa, e a Ponte passou a mandar na partida. Toques rápidos, corretos, os jogadores se encontrando em campo. Faltava à Macaca, porém, maior capricho nas finalizações. Que o diga Baraka, que recebeu livre na área, aos 30, e, em vez de chutar a gol, deu mais um corte. Perdeu o ângulo, tentou passar a bola, e perdeu o lance.
Aos 38, um lampejo tricolor. Após chute desviado, a bola sobrou para Luis Fabiano cabecear e empatar a partida. Era muito pouco para o Tricolor. Gol insuficiente e tarde. O time do Morumbi precisava de mais dois gols para levar para os pênaltis, ou mais três para avançar à decisão. A Ponte não voltaria a vacilar. Agora, que venha a final para a Macaca.
GE