A morte de Washington Rodrigues, o Apolinho, aos 87 anos, pegou a todos de surpresa na quarta-feira (15/5), principalmente os amigos da Rádio Tupi, que estavam ao vivo do Maracanã transmitindo o jogo do Flamengo contra o Bolívar.
“Para tudo, para o jogo, 4 a 0 pro Flamengo. Eu quero pedir desculpas, ouvintes, pela minha emoção. São 25 minutos do segundo tempo e hoje, 15 de maio, acaba de falecer Washington Rodrigues, o Apolinho”, revelou Luiz Penido, chorando bastante.
E continuou: “Supremo ídolo, parte para a morada eterna depois de uma vida tão brilhante, deixando um legado, entrando na história do rádio desses mais de 60 anos de atividade. A dor é muito profunda, Apolinho, muito forte”, lamentou ele.
Em seguida, o radialista contou que Apolinho faleceu durante o jogo do Flamengo, que estava sendo narrado naquele momento: “Me perdoem os ouvintes, mas o falecimento do Apolinho, que assistiu ao primeiro tempo, ele viu o Flamengo fazer 3 a 0. Ele morreu com o Flamengo em vantagem, morreu com o Flamengo ganhando o jogo e se classificando”, relatou.
Luiz Penido completou falando do amigo: “Parte para a vida eterna, parte para morar no céu ao lado de Deus, por volta de 10 e alguma coisa da noite. Washington Rodrigues, o supremo ídolo, o maestro do rádio, o grande nome do rádio”, afirmou ele, antes de mandar um recado direto para o radialista:
“Apolinho, eu sei que você está a caminho do céu, que Jesus vai te receberde braços abertos, pelo extraordinário companheiro que você foi, pelo ser humano, pelo pai, pelo marido, pelo amigo, pelo companheiro, pelo profissional, pelo seu Flamengo que está aqui derrotando de 4 o adversário”, finalizou.
No Twitter, os fãs de Apolinho lamentaram sua partida: “Rubro-negro que se preze já ouviu jogo com o Apolinho. Que Deus o receba ✨”, desejou um. “Acompanhava o Apolinho desde os meus 9 anos de idade. Aprendi a gostar de ouvir rádio com o meu pai. Embora tricolor, o admirava e o respeitava pela grandeza dele, que mesmo flamenguista declarado, era super imparcial. Apolinho foi um gigante do rádio no Brasil”, elogiou outro. “São 24 anos no táxi no Rio de Janeiro e são 24 anos ouvindo Apolinho, parece que somos parentes! ”, comentou um terceiro. “Cresci vendo meu avô ouvir em seu radinho de pilha, Apolinho narrando as vitórias do Mengão. Que ele Descanse em paz!”, afirmou mais uma.
O falecimento
Morreu, na noite de quarta-feira (15/5), o jornalista Washington Rodrigues, o Apolinho, aos 87 anos. Ele marcou gerações com comentários nas rádios Globo e Tupi, além de fazer dobradinha com o narrador José Carlos Araújo, o Garotinho, na Rádio Globo. Apolinho era apaixonado pelo Flamengo e chegou a treinar o Rubro-Negro carioca em 1995.
O jornalista esportivo morreu durante a partida entre Flamengo e Bolívar pela Libertadores — o clube brasileiro venceu o boliviano por 4 x 0. Também conhecido como Velho Apolo, ele lutava contra um câncer agressivo.
Washington firmou-se como um dos maiores repórteres da história do rádio. Além do programa Show do Apolinho, na Rádio Tupi, no ar desde 1999, o radialista mantinha a coluna Geraldinos e Arquibaldos, no Jornal Meia Hora.
Durante as transmissões, ele criou diversas expressões populares, como “Geraldinos e Arquibaldos”, “Pau com formiga”, “Pinto no lixo”, “Briga de cachorro grande”, entre outras.
A Rádio Tupi publicou uma homenagem ao radialista nas redes sociais: “Revelou-se desde cedo um amante do futebol e sempre se orgulhou em dizer que organizava saídas da escola para frequentar o recém-inaugurado Maracanã”.
O Flamengo também reverenciou o jornalista. “Ele nos deixou em uma noite em que o Flamengo venceu com ‘chocolate’ – expressão inventada por ele para definir goleadas. Muito obrigado por tanto, Apolinho! Descanse em paz!”
Carioca do Engenho Novo, Washington Rodrigues nasceu em 1º de setembro de 1936. Começou a carreira em 1962 na Rádio Guanabara, atual Rádio Bandeirantes. E trabalhou em todas as grandes emissoras de televisão e rádio do Rio de Janeiro.
O apelido Apolinho surgiu por usar, quando repórter da Rádio Globo, um microfone sem fio, o mesmo dos astronautas da Missão Apollo 11, de 1969.
Apolinho deixa três filhos e sete netos.
Metrópoles