A Ponte Preta deu um gigantesco passo rumo à final da Copa Sul-Americana. Jogando com autoridade no Morumbi, nesta quarta-feira, venceu o São Paulo por 3 a 1, fez sua torcida gritar olé como se estivesse no Majestoso, e agora pode até perder por 2 a 0 no jogo de volta, quarta que vem, no estádio Romildo Ferreira, em Mogi Mirim. Para virar o confronto, o Tricolor precisa vencer por três gols ou por dois, desde que faça pelo menos quatro – se devolver os 3 a 1, o time de Muricy Ramalho leva a decisão para as penalidades. Quem passar do confronto paulista, enfrenta Lanús-ARG ou Libertad-PAR na decisão.
Tricolor começa bem, mas vacila
Parecia que o São Paulo dominaria a Ponte e abriria vantagem no primeiro tempo com tranquilidade. Bem posicionado, o Tricolor criava espaços em toques rápidos pelo meio. Sob o comando de Ganso, o time do Morumbi era dono do jogo, não deixava a Macaca passar a linha de meio-campo.
Aos 20 minutos, a óbvia consequência desse domínio tricolor. Diego Sacoman falhou na frente de Aloísio, que tomou a bola e passou para Ganso. O meia, que é canhoto, ajeitou e chutou colocado de direita. Uma arremate milimétrico, cirúrgico, típico do maestro tricolor. A bola ainda bateu na trave antes de entrar.
A Ponte demorava a reagir. Parecia assustava, deslocada. O jogo se desenrolava à sua frente e ela não conseguia participar. Até que, a partir dos 30 minutos, resolveu acordar. Colocou a bola no chão, passou a trocar passes certos e a rondar a área adversária. Faltava, no entanto, acertar o arremate final. Que o diga Artur, que recebeu a bola dentro da área, pela direita, e, em vez de chutar, tentou mais um corte, se atrapalhou e caiu.
O São Paulo sentiu o crescimento da Ponte. Nem sinal do domínio inicial. Com Uendel e Rildo combinando jogadas pelo lado esquerdo, a equipe de Campinas empurrou o adversário para o seu campo de defesa, e o gol de empate saiu aos 43. Antônio Carlos tentou cortar chute cruzado de Elias e marcou contra. Macaca em casa
Um dilúvio começou a desabar sobre o Morumbi nos minutos iniciais do segundo tempo. Um prenúncio de que o jogo mudaria por completo no segundo tempo. Uma mudança a favor da Ponte. Logo aos sete minutos, a virada. Após grande defesa de Ceni em chute de Fernando Bob, a bola sobrou para Leonardo, que, livre na pequena área, empurrou para o gol.
O gol fez o São Paulo balançar forte. Já com Luis Fabiano, que havia entrado aos 16, o time de Muricy Ramalho estava nocauteado de pé, à mercê da firme marcação do adversário, que jogava como se fosse o seu último jogo. Determinados, os jogadores pontepretanos passaram o cadeado na entrada da área impedindo o rival de se aproximar.
Mas não era só isso. A Ponte não foi covarde. Com a bola, se lançava em contra-ataques rápidos e assustava os são-paulinos. O golpe de misericórdia veio aos 26, quando Uendel recebeu pela esquerda e encheu o pé. A bola desviou em Wellington e tirou Ceni da jogada. Senhora da partida, a Macaca mandou o Tricolor à lona.
À essa altura, a pequena torcida da Macaca gritava olé. Parecia estar no Moisés Lucarelli. Pura ironia: o Majestoso está vetado por pressão tricolor, que mandou à Conmebol documento atestando que o estádio não tem capacidade para 20 mil pessoas.
O final da partida foi dramático. Aos trancos e barrancos, o Tricolor foi para o abafa e criou duas chances. Na primeira, Roberto salvou chute de Luis Fabiano. Em seguida, Artur fez milagre ao afastar chute de Wellington quando a bola estava a centímetros de ultrapassar a linha. Uma Macaca aguerrida e copeita. O time de Muricy terá de se desdobrar para voltar de Mogi classificado.
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