terça-feira, maio 21, 2024
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Obra mais cara do Mundial, Arena do DF custou R$ 1,4 bi e manifestantes queimam réplica da Taça da Fifa

Estádio Nacional Mané Garrincha, palco de sete jogos da Copa do Mundo, foi a arena mais cara construída no país para o Mundial. De acordo com o Ministério do Esporte, o custo total foi de R$ 1,4 bilhão. O valor é 108% maior do que o previsto originalmente – R$ 670 milhões.

Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas, no entanto, aponta que o custo total pode chegar a até R$ 1,9 bilhão após a conclusão das obras do arredores da arena. O mesmo levantamento mostrou supostas irregularidades nos editais relacionados à construção do estádio que podem ter elevado em R$ 431 milhões o preço da arena.

A Secretaria Especial da Copa nega as irregularidades e diz que o resultado da fiscalização é preliminar. De acordo com a pasta, o custo final do estádio poderá cair para R$ 1,2 bilhão em razão do abatimento de créditos e que não é correto dizer que o orçamento inicial era de R$ 670 milhões, porque a licitação não previa cobertura, gramado, placares eletrônicos e assentos.

A secretaria disse ainda que o tribunal inclui na análise obras do entorno da arena – que não ficaram prontas para o Mundial – e que esses custos não poderiam ser atribuídos ao custo final do estádio.

O início das obras do estádio começou com um constrangimento público: a implosão da antiga arquibancada do velho Mané Garrincha falhou duas vezes seguidas. A construção teve de ser derrubada nas semanas seguintes com máquinas e marretas.

O estádio também teve sua inauguração adiada duas vezes. O governador Agnelo Queiroz chegou a anunciar dia e hora para a entrega do Mané Garrincha – às 11h de 31 de dezembro de 2012 –, mas a arena só foi entregue no dia 18 de maio de 2013, um mês antes do início da Copa das Confederações, em 2013.

O estádio também foi cenário da primeira das oito mortes registradas nas obras dos estádios para a Copa. No dia 11 de junho de 2012, o operário José Afonço de Oliveira Rodrigues, de 21 anos, morreu ao cair de uma altura de 30 metros.

A investigação sobre o acidente foi arquivada a pedido do próprio Ministério Público. Para o órgão, o operário foi imprudente e contribuiu para o acidente. Assim, ninguém foi responsabilizado criminalmente pela morte. A família foi indenizada pela empresa em que José Afonço trabalhava.

O estádio tem capacidade para mais de 72 mil pessoas e conta com 74 camarotes, 276 sanitários, 40 bares, dois restaurantes e 14 lanchonetes. Seu projeto arquitetônico é marcado pela fachada com 288 pilares ao redor de toda a arena.

Desde sua inauguração, o estádio já recebeu, além de partidas de futebol, vários shows. Por estar na região central de Brasília, tem o acesso facilitado para o público e está perto dos principais pontos turísticos da capital, como o Congresso Nacional, Catedral de Brasília, Palácio do Planalto e Praça dos Três poderes.

Manifestantes queimam réplica da Taça da Fifa, em Brasília

Perto de 100 manifestantes, de acordo com a Polícia Militar (PM) do Distrito Federal, atearam fogo a uma réplica da Taça da Fifa há pouco, a cerca de 2 quilômetros do Estádio Nacional de Brasília/Mané Garrincha, onde a seleção brasileira enfrenta às 17h de hoje (23) a seleção de Camarões, pela terceira rodada do Mundial.

Em ato pacífico, acompanhado de perto por policiais, os manifestantes criticaram os gastos públicos com a Copa, a demissão de metroviários paulistas, devido à greve da categoria, e reivindicam melhorias no transporte, saúde e educação.

Desde as 14h, os manifestantes se reuniram na Rodoviária do Plano Piloto, no centro da capital. Perto das 16h seguiram pelo Eixo Monumental em direção ao Estádio Mané Guarrincha, até o bloqueio montando pelas forças de segurança.

Durante o percurso, de aproximadamente 2 quilômetros, policiais militares filmaram a ação dos manifestantes.

Segundo Thiago Ávila, do Comitê Popular da Copa, o ato representa o desejo da população de melhorias em vários setores. “Essa taça representa as outras vitórias que a gente quer para o Brasil. Queremos vitórias nas quatro linhas, mas queremos também na saúde, no transporte, na educação, na moradia, e essa taça está aí para representar tanto as violações que a gente sofreu nesse processo e também o que a gente quer e vai conquistar na luta”, disse à Agência Brasil.

Após “queimarem a taça da Copa”, os manifestantes voltaram para a rodoviária e se dispersaram.

Agência Brasil

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