A Europa está enfrentando sua pior seca em pelo menos 500 anos, com dois terços do continente em alerta ou estado de alerta, alertou nesta terça-feira (23) uma agência da União Europeia.
Os dados estão no relatório de agosto do Observatório Europeu da Seca, órgão da UE, que apontou a redução do transporte fluvial, da produção de eletricidade e dos rendimentos de safras por conta do clima.
O documento aponta que 47% da Europa está em condições de alerta, com claro déficit de umidade do solo, e 17% em estado de alerta, em que a vegetação é afetada.
“A severa seca que afeta muitas regiões da Europa desde o início do ano vem se expandindo e piorando desde o início de agosto”, afirma o relatório, acrescentando que a região mediterrânea provavelmente vai enfrentar condições mais quentes e secas que o normal até novembro.
As colheitas de verão foram fortemente atingidas pela seca recorde. Os rendimentos de milho em 2022 foram 16% menores do que a média dos cinco anos anteriores, e os de soja e girassol devem cair em 15% e 12%, respectivamente.
A geração de energia hidrelétrica também foi atingida por conta da escassez de água para alimentar os sistemas de refrigeração.
Os baixos níveis de água prejudicaram também o transporte terrestre.
O estudo aponta que as chuvas torrenciais que atingiram diversas regiões da Europa em meados de agosto podem ter aliviado as condições, mas, em alguns casos, as tempestades acabaram causando ainda mais danos para as plantações.
O indicador de seca do observatório é derivado de medições de precipitação, umidade do solo e radiação solar absorvida pelas plantas para a fotossíntese.
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