Os quatro coletivos de muçulmanos e seis coletivos de judeus que assinaram juntos o documento representam cerca de 15 mil pessoas.
Grupos de judeus e muçulmanos mostraram que é possível colocar as diferenças de lado por uma causa comum. Dez grupos das duas comunidades assinaram juntos uma nota em oposição ao candidato à presidência Jair Bolsonaro.
“Nossa bandeira comum, como muçulmanos e judeus é barrar toda forma de violência, de preconceito e qualquer outro elemento que dê base ao projeto fascista desse homem e de seus seguidores”, afirmam membros das duas comunidades no texto assinado em conjunto.
Os quatro coletivos de muçulmanos e seis coletivos de judeus que assinaram juntos o documento representam cerca de 15 mil pessoas.
A muçulmana Regina Márcia Oliveira de Faria, membro do grupo “Muçulmanas contra o fascismo”, comemora a união:
“Somos, na grande maioria, brasileiras e brasileiros revertidos ao Islã. Registrar a nossa indignação com a realidade política e social a que estamos ‘submetidos’, é vital. Tão contundente quanto, nesse momento e a partir dele, somar em força e fé com a Comunidade Judaica que, de igual forma, não pode tolerar intolerância, desrespeito, formas e movimentos de separatismo e desigualdade. Juntamos forças e vamos juntos, por dias melhores a todas as criaturas. Particularmente, confesso uma enorme alegria nessa união de forças e coragem, junto às mulheres e homens da fé judaica.”
O judeu Michel Gherman, historiador e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudo Judaicos e Árabes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, também foi um dos signatários do documento:
“O documento que une muçulmanos e judeus contra a candidatura da extrema-direita no Brasil representa o vínculo que esses dois grupos têm com a tolerância religiosa e com a necessidade de manter o diálogo e não embarcarmos num caminho sem volta para a intolerância e o fascismo. Judeus e muçulmanos do Brasil estão comprometidos com uma sociedade plural, mais justa e democrática. Ambos os grupos, com todas as suas contradições e questões, estão comprometidos na luta contra a candidatura da extrema-direita apresentada neste ano.”
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