Com o novo single Toma Créu, em parceria com MC MM, entre as mais tocadas nas rádios do país e apostando em Crush Blogueirinha, com Boca Rosa, Gabi Lopes e Carol Manfrim, para o Carnaval 2019, o cantor confessa que nem sempre teve êxito profissional. “Eu assumo que já errei muito com música.
Na minha saída do Parangolé para a carreira solo, as coisas não aconteciam. E você pode ser celebridade, ter milhões de seguidores, mas se a música não cai no gosto popular, não adianta que você não vende show”, avalia. Se sentindo bem à vontade, em sua terra natal e onde mora até hoje, ele também abriu o seu coração sobre os términos e voltas com a noiva, Lorena Improta. “Agora, definitivamente, nós temos que casar”, conclui o bonitão apaixonado. Confira a entrevista e o ensaio fotográfico na íntegra:
GIGANTE DO BEM
“Eu sou muito ‘tranquilão’, tenho uma paz de espírito típica em mim. Também sou muito correto. Muito mesmo. Acho que vem da minha índole familiar, das pessoas com quem eu ando ou andei, que sempre me ensinaram a ser sempre correto com todo mundo. E um cara muito família. Sou 100% família e amigos. Um pouco ciumento em relação a isso. Porém nada que seja exagerado. Mais de proteção mesmo.”
ORIGEM HUMILDE
“Sou um cara simples, que gosta de coisas boas. Sou de origem suburbana, da comunidade Boa Vista do Lobato. Vim do subúrbio de Salvador. Minha família é bem simples, de sobreviver de um salário mínimo. Minha mãe, Marinalva Silva de Santana, era secretária de uma empresa e meu pai, Lourival Santana, era segurança da empresa que minha mãe trabalhava. Eles se conheceram lá e se casaram. Ele é alto e forte também”
DESCOBERTA DA MÚSICA
“Comecei a me envolver na música aos 12 anos, por influência do meu avô, que fazia roda de samba, no interior aqui da Bahia, com os netos. Era aquele samba de mesa. Eu sempre fui envolvido com música. Eu me lembro de eu menino ir para o quintal da minha avó e fazer batucada com lata de leite e outros materiais. A musicalidade sempre fez parte de mim. Nesta mesma época, eu comecei a tocar percussão em bandas pequenas e nasceu meu amor pela música.”
PRIMEIRO INSTRUMENTO
“Um amigo meu me levou para conhecer o mundo das bandas que já eram conhecidas na cena musical daqui, como a Pagodarte, Os Bambas, o próprio Parangolé, com outro cantor no caso. Ele me aconselhou a aprender algum instrumento. Foi quando eu pedi um cavaquinho para meus pais e a condição financeira deles não ajudava muito. Na época, um cavaquinho novo custava em torno de R$ 200, que era caro para caramba para quem recebia um salário mínimo. Foi quando apareceu um próprio músico, da Arte e Cia, vendendo um cavaquinho que não era amplificado, que não conectava em caixa de música, por R$ 25. E para você ter noção, a gente o pagou de duas vezes. Até hoje eu tenho esse cavaquinho. Ele está na casa dos meus pais, minha mãe tem o maior ciúme dele. Esse instrumento tem um significado muito especial para mim. Foi nele que aprendi a perceber um tom mais afinado.”
INÍCIO DE CARREIRA
“Eu decidi cantar por ciúmes do cantor da banda que eu tocava. Quando a gente saia para tocar, era muito assédio em cima dele e eu falava: ‘Eu também quero isso aí’. Eu era moleque na banda e a galera era mais velha. Na época, eu tinha 14 anos e a galera já com 20 e poucos anos. Eu era meio que o mascote. Foi um ciúme do caramba. Eu pensava: ‘Quero ser cantor também’. Foi aí que eu comecei me envolver de fato com o canto. Eu já dançava. Eu reuni alguns amigos e montei a minha primeira banda, chamada Zairê. Depois fizemos uma chamada Arte e Cia. Era tudo brincadeira de criança, mas já pensando no futuro. Subíamos uma ladeira absurda, andávamos muito para chegar ao estúdio e ensaiar. E são coisas como esta que me marcaram. Até hoje, eu passo lá na comunidade e penso: ‘Caramba! Quantas vezes, eu já subi e desci isso aqui’. E eu sempre vou lá para me manter firme, de pés no chão, por mais que eu viva outro mundo agora.”
VIDA CONFORTÁVEL
“Estou muito realizado, graças a Deus. Fico emocionado quando olho para trás e vejo tudo que conquistei. É um vitória muito grande ter sucesso com honestidade, sem passar por cima de ninguém. Minha maior conquista foi ter conseguido comprar a casa para os meus pais. Consegui tirar a minha família da favela. Não porque a gente queria sair de lá, mas por questões que foram acontecendo naturalmente. Até por segurança mesmo. Eu viajo muito e eu dei esse presente a eles, que são o meu bem maior”
ROMANCE IOIÔ
“Na minha cabeça, ainda somos noivos. A gente deu uma pausa e voltamos do mesmo lugar. A aliança ainda está lá. Só não estamos usando. Agora, definitivamente, nós temos que casar. Já foi. Chega dessas idas e vindas. Nós evoluímos muito como casal e profissionais também. Eu defendo e apoio o trabalho dela. Inclusive, eu fui um dos idealizadores do trabalho infantil dela. A gente vai evoluindo constantemente. Não sei se essas separações foram também por imaturidade de ambos. Ela foi a minha primeira namorada que eu assumi publicamente e apresentei para a família. Então, eu errei muito de fato, por imaturidade e não ser compreensivo. E ela também.
RECONCILIAÇÃO AMOROSA
Eu não me aguentei e falei: ‘A gente se gosta para caramba. Vamos ficar juntos? Vamos ceder um pouco e ficar juntos novamente’. Nós tínhamos que ter esse diálogo. Se não, Ave Maria, estávamos separados até hoje. Contamos com a ajuda de amigos também, da família. É engraçado que quando você cria uma imagem com sua parceira, como eu e Lorena, tem muita gente que acompanha e torce. Mas, graças a Deus, a gente está superbem.”
CIÚMES
“Ela fala que sou eu o mais ciumento, mas eu acho que ela é bem mais. Modéstia parte, eu sou muito seguro. Vai ver que eu passo isso para ela e vai alimentando esse ‘ciuminho’ bobo. Ela não é de ter ciúmes de fãs, se eu tiver conversando com mulher, ela é mais de ciúmes besta mesmo. ‘Você só quer saber dos seus amigos agora?!’, ela questiona quando marco algo com a galera. Enfim, são esses detalhes bobos. Nada demais.”
PATERNIDADE
“Desejo muito ter filhos. Quero ter três, como os meus pais. Eu tenho 30 anos e já sinto que estou na hora. Só que Lore fez 24. Ela está muito focada na carreira. Mas a gente tem que arranjar um tempinho para focar nisso. Graças a Deus, hoje em dia, cheguei a um patamar que dá para gente se policiar em relação ao volume de trabalho. A gente faz uma média de 25 shows por mês. Meu próximo passo é melhorar essa logística. Preciso de um jatinho particular. Não é por luxo. É totalmente necessário para um artista que faz em média 25 shows por mês. Tem que ter”
HATERS
“Inverdades me tiram do sério. Antes, eu me incomodava muito. Batia boca, respondia. Chegou uma hora que eu deixei tudo de lado, porque eu vi que não tinha fim. A maturidade me fez perceber que essas coisas são bobas e não vale a pena eu me estressar. Agora quando é zoeira eu levo na esportiva. No lance da sunga, que fui zoado recentemente, eu fui o primeiro a tirar sarro. O Tirulipa me mandou mensagem e tudo. Eu não tinha visto o post, porque a gente estava em Fernando de Noronha e o sinal de celular lá não é legal. Eu fui vendo os prints das montagens sem entender. Aí, eu disse: ‘Quem postou essa foto? Aí, eu fui ver que foi a Lorena. Ela estava o tempo todo na praia nessa zoeira. Aí, eu postei uma foto sem camisa antes de dormir. E ela disse que era desnecessário. Eu apaguei.”
CUIDADOS COM O CORPO
“Hoje, eu não consigo mais malhar como antes. Eu tenho muito pouco tempo em Salvador. Eu fico em casa dois três dias na semana, no máximo. Não sou do tipo que fica fazendo exercício em hotel. Quando eu chego ao quarto, eu só quero dormir. Eu tenho boa genética também. A minha tendência é emagrecer. Mas eu tento me alimentar bem. Como muito pouca besteira. Não sou nada exagerado para comer e bebo álcool muito raramente. Tem uma fase assim, após o Carnaval que eu chute o balde mesmo. Aí tomo meus bons drinques. Me cuido muito. Sou vaidoso para caramba.”
PATINHO FEIO
“Na minha fase de adolescência, a mulherada me achava engraçadinho, mas eu não pegava ninguém. Elas falavam: ‘Nossa, que rostinho bonitinho, com covinhas’. Mas fisicamente, eu era alto e muito magro. Nesse momento, eu não me achava muito legal. Entre os meus 14, 15 anos, eu já estava andando até meio curvado para não chamar muito atenção. Nessa época, meus amigos começaram a me zoar, me chamando de corcunda e isso abalou um pouco meu psicológico. Foi nessa época que eu comecei a malhar e não parei mais. E tomei amor pelo treino. Foi um momento que eu não curtia meu visual.”
SÍMBOLO SEXUAL
“Esse rótulo me incomodou por um bom tempo. Hoje, ele não me incomoda mais, porque teve um tempo que só saia notícias do Léo Santana falando sobre o meu corpo e não se falava muito em si da minha arte, da minha música. Só saia nota quando eu tirava a camisa em show e isso me incomodava. Eu estava muito focado em música, tentando acertar o meu som e só falavam do físico. Foi a partir daí que eu busquei mudar um pouco a minha imagem junto com meu escritório, investir no meu visual, figurinos grifados. Hoje em dia, as pessoas podem até me ver como um sex symbol, mas elas sabem que eu também tenho um repertório vasto e talento musical. Elas elogiam o meu show também. O que me incomodava, era eu ser resumido só ao meu corpo. Tudo que a gente mais preza é conseguir reconhecimento profissional.”
PRECONCEITO MUSICAL
“Eu vejo como uma grande vitória o meu sucesso, principalmente se tratando do pagode de Salvador, que é um gênero muito restrito, com muitas barreiras ainda a serem quebradas. Eu fico feliz em estar ajudando a quebrar essas barreiras, porque é um movimento periférico que repercutiu no mundo inteiro. A gente lutou muito para ter um respeito e uma valorização dessa música. Antigamente, chegávamos para fechar um show e dependendo do lugar tinha o preconceito de ser música de quebradeira da Bahia. A internet ajudou muito a democratizar isso. E isso trouxe uma maturidade e evolução artística muito grande para nós.”
CRISE DE IDENTIDADE
“Independentemente de ser artista, assumo que já errei muito com música. Na minha saída do Parangolé para a minha carreira solo, as coisas não aconteciam. Demorei um bom tempo para acertar. E você pode ser celebridade, ter milhões de seguidores, mas se a música não cai no gosto popular, não adianta que você não vende show. E o que dá o dinheiro e coloca o pão em casa é o show. Sei que tem muita gente que vive de rede social, mas eu enquanto artista ainda quero viver da minha música e usar a rede social para ajudar a divulgar o meu trabalho.”
A EMPRESA LÉO SANTANA
“Hoje em dia, tenho cerca de 100 funcionários no meu escritório, o Salvador Produções, trabalhando direta e indiretamente para mim. Cem famílias dependem do meu sucesso. Eu sinto essa responsabilidade. Quando eu era vocalista do Parangolé, não. Porque eu era contratado do escritório e vivia com o que eu ganhava para cantar. Agora, eu sou sócio e tudo leva o meu nome. É uma responsabilidade muito gigantesca. Mas, eu tenho uma equipe, que desculpa a expressão, é foda! Eles me dão todo o direcionamento para o meu trabalho e eu confio muito neles.”
DOMINAR O MUNDO
“Eu não me considero axé. Sou pagode baiano. Estou sempre acompanhando o que o mercado está consumindo. Se você ouvir meu som, não saberá distinguir o que ele é. Eu gravei pop com Gloria Groove, funk com Kevinho, forró com Wesley Safadão, sertanejo com Simone e Simaria. Estou por dentro de tudo. O artista não pode achar que ele conseguiu um sucesso e já conquistou o público. Não pode cair em comodismo. Ele tem que ficar o tempo pesquisando novos sons. Eu creio que o meu diferencial é esse. Lutei tanto para conquistar tudo que tenho até aqui e vou me acomodar?! Não, eu quero mais. Quero ganhar o mundo, ser igual ao Michael Jackson, a Beyoncé. São artistas que chegaram no topo, é onde eu quero chegar.”
MERCADO INTERNACIONAL
“Pretendo construir uma carreira internacional a longo prazo. Eu já fiz vários shows na Europa e nos Estados Unidos. A minha gravadora, a Universal Music, está muito focada a ir para este lado latino, que é o que a Anitta, muito inteligente, fez. Eu sou muito fã da língua latina, do som. Eles querem muito que eu faça isso e eu me amarro. Só que não é aquele lance de focar agora na carreira internacional. Tem muito lugar no Brasil que o meu som ainda não chegou e eu teria que abrir mão de muita coisa aqui. Eu creio que será um caminho natural. De repente gravar um single fazendo um feat e não sair do país para esse investimento.”
ÍDOLOS
“Sou fã do Michael Jackson, eu tenho tudo dele, desde livros, CD’s e DVD’s. Eu envolvo até algumas coisas de break, black music no meu som, no meu movimento. Claro que eu não posso deixar de fazer a quebradeira e rebolar geral. Mas escuto muito Ushertambém. E esse é o tipo de som que eu ouço naturalmente no meu carro, em casa, treinando na academia. Eu amo a cultura black americana. Eu me identifico. É um som que me influencia muito.”
PROJETOS PARA 2019
“A gente tem o Baile da Santinha, que é um projeto anual, em termo de estrutura e climatização. Vamos ter shows completos de artistas do Brasil inteiro. Estamos comemorando três anos de sucesso, com mais de 20 mil pessoas em cada apresentação e somos considerados um dos maiores ensaios de Carnaval. O Carnaval, com o Bloco do Nana, que durante anos foi do Bell e agora é nosso. Também lançarei o feat. com o Thiaguinho, o com a Anitta também está andando bem. A gente só não está achando a canção. Eu quero mais nessa onda internacional que ela está indo, latina, e ela quer mais Brasil, com a minha cara. Vamos tentar achar um meio termo. Mas em 2019 essa parceria sai.”
Locação: Onix Beach Houses