O italiano Leonardo Del Vecchio, que saiu da pobreza infantil para construir o império de óculos das marcas Ray-Ban e Oakley, morreu aos 87 anos, informou sua empresa nesta segunda-feira (27).
Del Vecchio se tornou ainda um dos homens mais ricos da Europa investindo parte de sua riqueza nas empresas financeiras italianas Mediobanca e Generali.
O bilionário fundou a Luxottica em 1961, inicialmente para fornecer componentes para óculos, e permaneceu como presidente e principal acionista do maior grupo de óculos do mundo depois de unir forças com a francesa Essilor em 2018, fundando a gigante franco-italiana EssilorLuxottica.
O estilista Giorgio Armani homenageou Del Vecchio, com quem trabalhou desde os anos 1980. “Juntos, inventamos um fenômeno que não existia: percebemos imediatamente que os óculos, de simples objetos funcionais, se tornariam acessórios de moda indispensáveis”, disse Armani.
Parcialmente criada em um orfanato, a história da pobreza à riqueza de Del Vecchio refletiu a própria recuperação da Itália após a Segunda Guerra Mundial.
“Leonardo Del Vecchio foi um grande italiano. Sua história, de orfanato à liderança de um império empresarial, parece uma história de outra época. Mas é um exemplo para hoje e amanhã. RIP”, disse o comissário europeu de Economia, Paolo Gentiloni, no Twitter.
A morte de Del Vecchio, figura influente nos negócios italianos, foi um choque. “A EssilorLuxottica anuncia hoje que seu presidente faleceu”, disse o grupo em comunicado, acrescentando que o conselho se reunirá para “determinar os próximos passos”.
Ele permaneceu como presidente executivo da EssilorLuxottica até dezembro de 2020, quando entregou a liderança da empresa ao presidente-executivo Francesco Milleri.
A influência de Del Vecchio se estendeu além de seu próprio negócio e, no final de 2021, ele era o segundo homem mais rico da Itália, atrás de Giovanni Ferrero, dono da Nutella, segundo a Forbes.
Sua holding Delfin é a maior acionista do grupo italiano de serviços financeiros Mediobanca e tem uma participação de pouco menos de 10% na maior seguradora italiana Generali. Também detém cerca de 27% da empresa imobiliária Covivio, com sede em Paris e Milão.
As ações da EssilorLuxottica, Generali e Mediobanca operavam em queda nesta segunda-feira.
Sede da Luxottica em Milão, na Itália. — Foto: Stefano Rellandini/Reuters
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